Neste momento, paira sob o Japão a ameaça de perigo nuclear devido ao sismo de sexta-feira. O Luxemburgo tem uma central nuclear a oito quilómetros das suas fronteiras, em Cattenom. A central nuclear é uma das mais importantes da rede gaulesa e representa 8 % da produção nuclear da França.
Se o desastre fosse aqui ao lado, o Luxemburgo tem ou não preparado um plano de contingência para enfrentar uma situação semelhante àquela que está a ocorrer no Japão?
Quisemos saber o que a população deve fazer em caso de catástrofe nuclear.
"Desde 1986, o Luxemburgo dispõe de um plano de emergência para prestar socorro à população o mais rapidamente possível, em caso de acidente na Central Nuclear de Cattenom", diz Carlo Back, engenheiro nuclear da Divisão de Radioprotecção do Ministério da Saúde luxemburguês.
A elaboração do plano coincidiu com a catástrofe nuclear de Chernóbil, na Ucrânia, em 1986, que ocasionou uma nuvem radioactiva que se estendeu à Europa Central. A população do Luxemburgo foi aconselhada a não consumir alimentos que tivessem sido expostos à chuva.
"Actualmente, as medidas de prevenção e protecção consistem no alerta à população, através dos meios de comunicação social, e em várias línguas, incluindo o português, conforme informa o também engenheiro nuclear, Patrick Majerus.
Está também prevista a ingestão de comprimidos de iodo de potássio, distribuídos pelas comunas, e o abrigo da população em centros desportivos, ou mesmo a sua evacuação, no caso de altos valores de radioactividade.
Para facilitar a aplicação destas medidas, o território nacional foi dividido em duas zonas. A primeira compreende um raio de 25 km à volta de Cattenom, e as medidas de alarme, de protecção e de socorro são dirigidas em primeiro lugar à população residente nesta zona.
A segunda zona abrange o resto do país. A Divisão de Radioprotecção insiste que é imperativo que não haja ingestão de comprimidos de iodo sem indicação expressa por parte das autoridades através de mensagens radiofónicas.
O Governo assegurou que o Luxemburgo não corre qualquer risco devido à explosão de uma central nuclear no Japão, em virtude da longa distância que separa os dois países. O Executivo informou igualmente que os 33 cidadãos luxemburgueses que se encontram em terras nipónicas estão bem.
Nuno Costa
Foto: Fred Antzorn
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