quarta-feira, 6 de abril de 2011

José Sócrates anuncia que Portugal vai pedir ajuda externa

O primeiro-ministro anunciou hoje que Portugal vai fazer um pedido de "assistência financeira" à Comissão Europeia. "O Governo decidiu hoje mesmo dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira, por forma a garantir as condições de financiamento ao nosso país, ao nosso sistema financeiro e à nossa economia", declarou o chefe do Governo demissionário.

José Sócrates diz que fez este pedido de ajuda externa "nos termos que têm em conta a situação política nacional e as limitações constitucionais de um Governo de gestão" e adianta que já informou o Presidente da República, Cavaco Silva. "Este é o momento para todos assumirmos as nossas responsabilidades perante o país. Todos sabem como lamento que esta decisão se tenha tornado inevitável, os portugueses sabem que lutei por outra solução em nome do interesse nacional. Pois é também em nome do interesse nacional que hoje digo aos portugueses que é preciso dar agora este passo", refere.

O primeiro-ministro garante que se vai empenhar com toda a "determinação" para que "a negociação deste pedido de ajuda tenha os menores custos possíveis para Portugal e para os portugueses". José Sócrates argumenta que o chumbo do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC 4) agravou de "forma dramática a situação financeira de Portugal, foi o "sinal errado no momento errado" e precipitou o país para este pedido de ajuda externa.

A declaração de José Sócrates ao país surge depois de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter afirmado que "é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu". Em declarações ao Jornal de Negócios, Teixeira dos Santos diz que "o país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros" e que, perante a "difícil situação, que podia ter sido evitada", entende que "é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política".
O ministro acrescenta que "tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais".

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