segunda-feira, 18 de julho de 2011

Luxemburgo/Estudo: A comunidade portuguesa sente mais a discriminação

Apenas 5 por cento das vítimas de discriminação no Luxemburgo apresentaram queixa, apesar de a percepção da discriminação ter aumentado nos últimos dois anos. Esta é uma das conclusões de um estudo encomendado pelo Centro para a Igualdade de Tratamento (CET) à empresa de sondagens TRS-ILRES, que foi apresentado, na sexta-feira, na "Maison de l'Europe", na capital.

"Entre as comunidades estrangeiras residentes no país, os portugueses são aqueles que sentem mais a discriminação", afirma Patrick de Rond, presidente do CET. A origem racial (48 %) é o primeiro factor de discriminação no Luxemburgo, seguida pela nacionalidade (7 %), que conhece um pequeno recuo em relação à primeira sondagem, realizada em 2009.

Apenas 24 % dos portugueses que se sentiram discriminados denunciaram a situação (mais 11 % que em 2009), contra 16 % de indivíduos de outras comunidades estrangeiras.

Entre os portugueses que testemunharam uma situação de discriminação, 17 % deles fizeram a respectiva denúncia. Os luxemburgueses (9 %) ocupam o segundo lugar, seguidos das outras comunidades estrangeiras, com 7 %.

O presidente do CET acrescenta que "numa sociedade segmentada como a luxemburguesa, certas comunidades vivem mais protegidas que outras. Se falarmos no nível económico das pessoas, vemos que as mais favorecidas são as menos discriminadas". A sondagem, realizada por telefone entre Abril e Maio deste ano, ouviu 1.025 pessoas. Face a uma situação de discriminação, 53 % delas não fizeram nada, 22 % confrontaram o agressor e 6 % apresentaram queixa. A encabeçar a lista dos motivos que conduziram a uma situação de discriminação nos últimos três anos, 13 % disseram que foi devido à sua nacionalidade, contra 17 % que se sentiram discriminadas por causa da sua etnia, cor da pele ou por não falarem luxemburguês.

Dos inquiridos que apresentaram queixa, 31 % fê-lo à polícia (contra 28 % em 2009), 29 % a um ministério ou administração governamental (contra 14 % na sondagem de há dois anos) e apenas 4 % a associações ou organizações independentes.

Irina Ferreira
Foto: Manuel Dias

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