quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Carlos Gonçalves critica timing da demissão da coordenadora de ensino


Carlos Gonçalves, deputado do PSD eleito pelo círculo da Europa, critica o timing da demissão da coordenadora de ensino do português, "em cima do arranque do ano lectivo".
Em declarações ao CONTACTO à margem do encontro organizado pelo CSV para preparar as eleições municipais de 9 de Outubro, o antigo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas diz que não quer fazer juízos precipitados em relação às "do foro pessoal" que levaram à demissão de Maria José Meira, mas sempre vai dizendo que as dúvidas quanto à eficácia da coordenação do Benelux são de há muito tempo.
"Esta rede foi planificada pelo anterior governo e muito particularmente pela Presidente do Instituto Camões (IC). Na altura, eu levantei uma série de dúvidas. As pessoas que tinham responsabilidade no governo entenderam que eu não tinha razão. Entenderam que havia todas as condições para que uma coordenadora para os três países pudesse cumprir a missão. A senhora coordenadora também aceitou o lugar, suponho, pensando que poderia corresponder àquilo que era desejado pelo IC e pelo secretário de Estado da altura. Para mim não me parece que em cima do arranque de um novo ano lectivo alguém possa pedir a sua demissão".
Recorde-se que a coordenadora do ensino do português, Maria José Meira, decidiu interromper a comissão de serviço à frente da Coordenação do Ensino no Benelux. Em declarações ao CONTACTO, a ex-coordenadora alegou razões pessoais, familiares e de saúde para regressar a Portugal. A professora da Faculdade de Letras de Lisboa chegou ao Luxemburgo para coordenar o ensino da língua no Luxemburgo, na Bélgica e na Holanda.

Carlos
Gonçalves diz que já pediu uma reunião com Ana Paula Laborinho, a presidente do IC. O deputado do PSD teme que nalguns países possa haver "algum tipo de problemas no arranque de mais um ano lectivo", uma vez que a organização da rede sempre lhe suscitou preocupações.
O deputado do PSD é, no entanto, muito cauteloso quando se põe a falar na reforma do actual modelo da rede do ensino da língua no Estrangeiro.
Carlos Gonçalves diz que o "país vive uma situação económica muito complicada" e por isso há que esperar pelo Orçamento de Estado (OE). E desabafa: "A vontade, o desejo e as políticas para o ensino do português fomos sempre nós que as defendemos. Foi pena é o que andámos a delapidar. Mesmo em períodos de aumento de despesa o dinheiro do ensino do português foi sempre diminuindo, passando para quase metade no último ano lectivo".

CONSULADO COM
FALTA DE RECURSOS


A falta de recursos humanos no Consulado de Portugal no Luxemburgo é também uma situação que se arrasta há vários anos e que preocupa o deputado do PSD.
Carlos Gonçalves diz que alertou o anterior secretário de Estado das Comunidades para o número insuficiente de funcionários no posto consular do Luxemburgo. "O senhor secretário de Estado disse-me que eu não tinha razão, que os lugares que estavam providos em termos de funcionários eram claramente suficientes, mas neste momento temos postos em ruptura, sobretudo nas chefias intermédias".
Desde Janeiro, no Consulado de Portugal houve uma demissão e duas aposentações. Na Embaixada, um funcionário atingiu a idade da reforma e outra funcionária já entregou o pedido de demissão, depois de lhe ter sido recusado o pedido de licença sem vencimento. Funcionários que não se sabe quando é que poderão ser substituídos. "Eu fui o último secretário de Estado do PSD antes do governo do eng. Sócrates e eu deixei pronto um projecto de abertura de concurso para chefias intermédias que nunca foi concretizado. Agora temos de esperar pelo OE para perceber o que podemos fazer". afirma
Gonçalves ao CONTACTO.

"É IMPORTANTE VOTAR"


Carlos Gonçalves esteve quinta-feira no Luxemburgo para participar num encontro promovido pelo CSV sobre políticas de integração com vista às próximas eleições comunais de Outubro. O deputado português foi um dos convidados do CSV Internacional que trouxe até ao Luxemburgo, para além do PSD, membros do UMP francês, do PP espanhol e do Centro Democrata Humanista, da Bélgica. Os vários intervenientes realçaram as políticas de integração que estão a ser implementadas nos seus países e o Luxemburgo foi sempre apontado com um bom aluno nesta área.
Na breve intervenção, feita de improviso,
Carlos Gonçalves diz que veio ao Luxemburgo "retribuir o apoio que os países irmãos nos deram durante os sete anos em que um outro partido esteve no governo". O deputado do PSD apelou ao maior envolvimento da comunidade portuguesa na vida política do Luxemburgo e deu o exemplo dos problemas ligados à educação e aos impostos. "Estas questões não têm nacionalidade" e mais importante do que participar no debate para as eleições "é votar" nas eleições de Outubro, diz Gonçalves.

Domingos Martins
Foto: Manuel Dias

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