Apenas três do grupo de cerca de 25 requerentes de asilo iraquianos em greve de fome, que protestavam desde sexta-feira na place Clairefontaine, na capital, contra a demora no tratamento dos seus pedidos de asilo junto do governo luxemburguês, estão no local e continuam em greve de fome. Os restantes abandonaram o protesto no seguimento de uma reunião com Nicolas Schmit, o ministro do Trabalho, do Emprego e da Imigração, na segunda-feira à tarde.
"O ministro Nicolas Schmit disse na reunião que estamos a chantagear o governo luxemburguês com a nossa acção de protesto porque temos aqui mulheres e crianças", contou indignado Mikail Wilson, o porta-voz dos iraquianos. "Eu sou uma pessoa digna e estou aqui apenas para fazer valer os meus direitos", desabafou.
"A única coisa que o ministro me disse é que ia contratar mais seis funcionários para os serviços de imigração", uma resposta que Mikail Wilson não considera suficiente. "Estamos em 2011 e isto é o Luxemburgo, não estamos num país do Terceiro Mundo!", exclamou o iraquiano.
O grupo de iraquianos estava em protesto na place Clairefontaine desde sexta-feira, mas apenas três – Wilson Mikail e mais dois homens – ficaram depois da reunião com o ministro da Imigração. "Eu disse na reunião ao ministro que, como prova da minha boa fé, ia pedir às pessoas para abandonarem a praça", explicou Mikail. Às 17h de segunda-feira, o CONTACTO encontrou os manifestantes na praça a arrumarem os seus pertences. "Eles vão embora para provar ao governo luxemburguês que não queremos causar problemas." "Não quero que o governo se zangue. Eu dou a minha lealdade a este país se levarem o meu processo em frente", assegurou Wilson.
"O CONTACTO tentou falar com o ministro da Imigração, Nicolas Schmit, mas tal não foi possível até à hora de fecho da edição. No entanto, em declarações à rádio DNR, Nicolas Schmit disse que os dossiês de requerimento de asilo dos manifestantes vão ser analisados nos próximos dias e que as pessoas vão ser informadas do andamento dos processos", acrescentando que "a decisão do ministério não pode ser alvo de chantagem".
Irina Ferreira
Fotos: Paulo Lobo/Irina Ferreira
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