Aos nove anos começou a dizer que queria ir viver nos Estados Unidos, mas ninguém o levou a sério. Aos quinze comprou uma guerra com a família porque queria deixar a escola e embarcar para Hollywood. A mãe opôs-se, o pai até estava de acordo, mas o sonho só se cumpriria cinco anos mais tarde. Hoje, com vinte e dois anos Philippe dos Santos está a realizar o sonho da sua vida: estudar a arte da representação e cinema nos EUA.
Filho de pais portugueses, a mãe alentejana e o pai de Estarreja, Philippe dos Santos é o mais velho de quatro irmãos. Nasceu no Luxemburgo e contra a sua vontade é cidadão luxemburguês. Garante que só não tem a nacionalidade portuguesa porque ainda não teve tempo de tratar de todos os papéis – "Quando me perguntam de onde sou digo sempre que sou português, mas que nasci no Luxemburgo. Infelizmente!", diz Philippe – e a carreira de actor que quer começar dá-lhe ainda mais certezas. "Em Portugal há mais oportunidades para trabalhar como actor de cinema do que aqui no Luxemburgo, mas o meu objectivo é ficar nos EUA e pedir a nacionalidade americana. Como não posso ter três nacionalidades, o mais certo é vir a abdicar da luxemburguesa". O pedido para obter o "green card", o cartão que lhe dá direito à residência permanente, já deu entrada nos serviços de Imigração dos EUA. A inscrição no Santa Monica College, na Califórnia, facilitou-lhe a vida, uma vez que lhe deu a possibilidade de obter um visto de estudante. Mas o miúdo quer mais. Quer poder trabalhar à vontade na terra do Tio Sam e cumprir o seu sonho americano."Não posso ir aos castings porque não posso trabalhar nos EUA, mas quando puder vou esforçar-me muito para ter a minha oportunidade como actor de cinema", garante Philippe ao CONTACTO.
Por agora, Philippe dos Santos passa os dias a tentar alcançar o sonho de menino. Vai às aulas e empenha-se a fundo nas actividades. Sabe que começar uma carreira de actor não é fácil. A competição é implacável, mas nada que o assuste. "Em Los Angeles há muita gente a querer fazer cinema." "A solução passa por em vez de fazer dois castings por dia, passar a fazer oito. Algum papel há-de ser para mim. A Jennifer Aniston, a ex-mulher do Brad Pitt, trabalhava num restaurante e fazia dois castings por dia, até que decidiu investir a fundo na carreira de actriz e começou a fazer oito. Um dia saiu-lhe a sorte grande: alguém lhe deu um papel", conta Philippe. Mas há mais: "Na primeira aula de acting , o professor falou muito da importância do empenho no trabalho. Ele foi professor da Meryl Streep e contou-nos que a actriz oito semanas antes do ensaio oficial do filme enfia-se na cave da sua casa e prepara até à exaustão o seu personagem. Mas também o Denzel Washington: antes dos ensaios, faz uma biografia de dez páginas acerca do personagem que vai representar. Isto é muito motivador", remata Philippe.
A partir deste mês, Philippe vai frequentar uma nova escola, a "Acting Corps". "É uma escola muito especializada em cinema e é muito boa. É a melhor opção de momento, uma vez que não posso ir para a Universidade onde teria que pagar cerca de 20 mil dólares por ano. É muito caro".
Filho de pais portugueses, a mãe alentejana e o pai de Estarreja, Philippe dos Santos é o mais velho de quatro irmãos. Nasceu no Luxemburgo e contra a sua vontade é cidadão luxemburguês. Garante que só não tem a nacionalidade portuguesa porque ainda não teve tempo de tratar de todos os papéis – "Quando me perguntam de onde sou digo sempre que sou português, mas que nasci no Luxemburgo. Infelizmente!", diz Philippe – e a carreira de actor que quer começar dá-lhe ainda mais certezas. "Em Portugal há mais oportunidades para trabalhar como actor de cinema do que aqui no Luxemburgo, mas o meu objectivo é ficar nos EUA e pedir a nacionalidade americana. Como não posso ter três nacionalidades, o mais certo é vir a abdicar da luxemburguesa". O pedido para obter o "green card", o cartão que lhe dá direito à residência permanente, já deu entrada nos serviços de Imigração dos EUA. A inscrição no Santa Monica College, na Califórnia, facilitou-lhe a vida, uma vez que lhe deu a possibilidade de obter um visto de estudante. Mas o miúdo quer mais. Quer poder trabalhar à vontade na terra do Tio Sam e cumprir o seu sonho americano."Não posso ir aos castings porque não posso trabalhar nos EUA, mas quando puder vou esforçar-me muito para ter a minha oportunidade como actor de cinema", garante Philippe ao CONTACTO.
Por agora, Philippe dos Santos passa os dias a tentar alcançar o sonho de menino. Vai às aulas e empenha-se a fundo nas actividades. Sabe que começar uma carreira de actor não é fácil. A competição é implacável, mas nada que o assuste. "Em Los Angeles há muita gente a querer fazer cinema." "A solução passa por em vez de fazer dois castings por dia, passar a fazer oito. Algum papel há-de ser para mim. A Jennifer Aniston, a ex-mulher do Brad Pitt, trabalhava num restaurante e fazia dois castings por dia, até que decidiu investir a fundo na carreira de actriz e começou a fazer oito. Um dia saiu-lhe a sorte grande: alguém lhe deu um papel", conta Philippe. Mas há mais: "Na primeira aula de acting , o professor falou muito da importância do empenho no trabalho. Ele foi professor da Meryl Streep e contou-nos que a actriz oito semanas antes do ensaio oficial do filme enfia-se na cave da sua casa e prepara até à exaustão o seu personagem. Mas também o Denzel Washington: antes dos ensaios, faz uma biografia de dez páginas acerca do personagem que vai representar. Isto é muito motivador", remata Philippe.
A partir deste mês, Philippe vai frequentar uma nova escola, a "Acting Corps". "É uma escola muito especializada em cinema e é muito boa. É a melhor opção de momento, uma vez que não posso ir para a Universidade onde teria que pagar cerca de 20 mil dólares por ano. É muito caro".
UMA CARREIRA DE ACTOR SEM NUNCA TER REPRESENTADO
Philippe dos Santos quer ser actor sem nunca ter feito nada em cinema ou no teatro. Apenas leu. Muito, e quase tudo o que havia no Grão-Ducado sobre a matéria – "não há muito", diz Philippe. Na escola nunca participou em qualquer espectáculo. O tempo livre também não era muito. Depois das aulas tinha que ajudar os pais proprietários de um restaurante especializado em pratos de marisco em Hesperange. Acabou o curso de Comércio no Liceu Técnico do Centro, na cidade do Luxemburgo, e conseguiu um estágio numa empresa. Depressa compreendeu que não era aquilo que queria fazer na vida e cumprida a exigência da mãe, de poder partir depois de terminada a escola, Philippe parte para os EUA. "Foi difícil. O meu pai faleceu quando eu tinha dezasseis anos. Deixar a minha mãe e os meus irmãos aqui no Luxemburgo não foi fácil. No primeiro mês vivi com uma tia que está nos EUA. Depois fui morar sozinho, num estúdio, e detestei a experiência. Faltava-me a confusão da minha família numerosa. Até que comecei a travar conhecimento com outros colegas e decidi dividir um apartamento com alguns. Ainda hoje lá moro. É lá que estão os meus melhores amigos, grandes talentos, sobretudo na área da música. A mentalidade das pessoas nos EUA é completamente diferente. A vida de estudante também não tem nada que ver com a do Luxemburgo. É outro mundo". E desabafa: "Eu não me vejo a viver outra vez aqui neste país. O Luxemburgo é para vir aqui passar férias enquanto a minha mãe aqui estiver. Quando ela se reformar, e se voltar para Portugal, é lá que eu farei as minhas férias. E é em Portugal que eu quero viver se as coisa não correrem bem nos EUA. Mas para já não quero pensar nisso". Philippe diz querer trabalhar com Martin Scorsese, Meryl Streep, Daniel Day Lewis e ainda com Jack Nicholson - "já o vi uma vez no pavilhão dos Lakers, onde tem lugar cativo". Enquanto o sonho de infância não se realiza na íntegra, Philippe dos Santos só tem uma certeza: quer ser "actor, custe o que custar".
Domingos Martins
Foto: DM
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