quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Eleições Comunais no Luxemburgo 2011: Quem vê cores não vê coligações

A febre das eleições no Luxemburgo não acaba com a divulgação dos resultados. Esta semana os partidos negoceiam à porta fechada as coligações que vão formar o Executivo camarário, e as cores assinaladas no mapa ainda podem mudar.

Omapa que publicamos esta semana tem em conta apenas o partido que conquistou a maioria nas eleições em cada localidade, mas a composição do Executivo camarário ainda pode mudar. Há mesmo localidades em que o vencedor nas urnas pode não vir a ocupar o lugar de burgomestre. É o caso de Roeser e Bettembourg, onde os socialistas perderam a maioria absoluta e se arriscam a ser corridos por uma coligação entre os partidos da oposição, apesar de terem ganho as eleições.

Apesar destas manobras pós-eleitorais, os resultados não enganam, e já podem contar-se os vencedores e vencidos no sufrágio de domingo.

SOBEM

Déi Gréng – Os Verdes estão entre os grandes vencedores destas eleições autárquicas, apesar de o mapa não o ilustrar. Não conquistam a maioria em nenhuma das câmaras, mas são um dos partidos que mais cresce: o Déi Gréng passa de 41 eleitos em 2005 para 74 em 2011, quase o dobro dos resultados obtidos no último sufrágio.

DP – O Partido Democrata consegue eleger mais sete conselheiros que em 2005, e conquista novamente a jóia da coroa, a cidade do Luxemburgo. Nas mãos dos liberais desde 1982, a capital continua com o DP em maioria. A dança das cadeiras imposta pelos resultados levou à substituição de Paul Helminger por Xavier Bettel, o novo burgomestre, mas a coligação que governou a autarquia nos últimos seis anos deverá ser a mesma. Bettel já anunciou que vai começar as negociações com os Verdes.


CSV – Os cristãos-sociais são agora o partido mais votado a nível nacional, destronando os socialistas. Tiveram 30,45 % dos votos, contra os 30,27 % dos socialistas, e conseguiram eleger mais um conselheiro que o LSAP. É uma diferença marginal, mas com poder simbólico. Em 2005, nas últimas eleições autárquicas, o LSAP ainda liderava a corrida a nível local: conquistou 165 mandatos e obteve 34,74 % dos votos, enquanto o CSV se ficou pelos 151 eleitos e 31,79 % dos votos. Agora, os cristãos-sociais passam para a dianteira.

Déi Lénk – O "Bloco de Esquerda luxemburguês" também cresce: passa de apenas um conselheiro eleito em 2005 para sete este ano. Só teve 1,26 % dos votos, mas conseguiu eleger conselheiros em lugares-chave: dois na capital, onde não tinha nenhum, e mais um em Esch-sur-Alzette do que tinha em 2005, contando agora dois conselheiros na metrópole do ferro. O que pode levar "A Esquerda" de volta ao Executivo camarário de Esch, numa coligação tripartida entre LSAP, Verdes e Déi Lénk, como aconteceu em 2000. Mas o resultado das negociações só vai ser conhecido dia 19 de Outubro: Lydia Mutsch, a burgomestre ainda em funções, quer negociar com todos os partidos antes de escolher os parceiros.

KPL – Os comunistas revolucionaram os resultados nestas eleições. Em 2005, o partido comunista luxemburguês não tinha conseguido eleger nenhum conselheiro, mas este ano conquistou três lugares, todos no Sul do país: um em Rumelange, outro em Esch-sur-Alzette, e ainda conseguiu eleger o presidente do partido, Ali Ruckert, para o Conselho Comunal de Differdange.

DESCEM


LSAP – Os socialistas perdem a liderança a nível nacional e arriscam-se a perder também várias câmaras-chave. Em Bettembourg, cristãos-sociais, liberais (DP) e Verdes estão em negociações para formar uma coligação a três e expulsar os socialistas do Executivo camarário. Isto é, apesar de ter ganho as eleições, o LSAP pode vir a perder a autarquia. Em Roeser, a polémica sobre o estádio de Livange custou dois lugares aos socialistas, o que lhes fez perder a maioria absoluta: o LSAP só tem cinco dos 11 mandatos naquela autarquia. E os partidos da oposição podem também vir a coligar-se para destronar os socialistas.

Em Steinsel, a perda da maioria absoluta vai obrigar o LSAP a escolher um parceiro: as negociações entre o burgomestre Jean Pierre-Klein e os Verdes, que conquistaram apenas um lugar, já começaram.

ADR – O partido Alternativo Democrático Reformador é o único a perder conselheiros: elegeu menos um que em 2005. Nessa altura o ADR elegeu cinco conselheiros, mas perdeu entretanto um com a dissidência de Aly Jaerling. Este ano fica só com quatro.

P.T.A.

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