sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Grã-Bretanha trava reforma do Tratado de Lisboa

Foto: Reuters
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, lamentou hoje em Bruxelas que o acordo sobre o reforço da disciplina orçamental e reforço da governação económica não tenha sido unânime, pois considerou que a 27 teria tido um impacto “muito mais forte” no mercado.

Passos Coelho falava no final de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE na qual houve um acordo para o reforço do euro, mas que não recolheu a unanimidade, já que pelo menos o Reino Unido ficará de fora, inviabilizando assim uma reforma do Tratado de Lisboa e forçando um tratado intergovernamental.

Apontando que o que Portugal gostaria era de “um argumento mais forte que pudesse ser apresentado ao mercado e a todos os agentes económicos” que mostrasse que “o risco sistémico dentro da Europa iria ser combatido”, Passos Coelho comentou que o acordo a pelo menos 24 vai no bom sentido, mas reconheceu que desejava mais.

“Penso que se a decisão tivesse sido a 27 teria sido muito mais forte o seu impacto no mercado”, disse, apontando que a falta de unanimidade deu imediatamente lugar a leituras sobre “divisões na Europa”, que a seu ver são erradas e injustas, “porque havia uma larguíssima maioria de países que queriam alterar o Tratado” para que disciplina orçamental e o reforço da governação ficassem no direito primário.

Reiterando a sua convicção de que a unanimidade “teria tido mais força que o método intergovernamental que foi seguido”, o primeiro-ministro insistiu todavia que não se deve “desvalorizar” o acordo alcançado, pois seria ainda pior se não tivesse sido alcançado o que classificou repetidamente como” mínimo denominador comum”.

“26 contra 1”

 "Somos 26 contra um. Logo, somos uma união e somos fortes", afirmou o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, depois de conhecer-se os acordos.
A Hungria deixou a Grã-Bretanha como único país que rejeita frontalmente o acordo.   
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, queria evitar um aperto da regulação no sector financeiro da City de Londres.  Na hora da votação, Cameron acabou por exercer o direito de veto à reforma do tratado proposto pelo eixo franco-alemão, por não ver as suas reclamações satisfeitas.
A chanceler alemã Angela Merkel disse estar "muito satisfeita" com os acordos fechados horas antes e disse que são prova de que a UE tinha aprendido "os erros do passado."

"Tratava-se de não alcançar compromissos podres para o euro e conseguimo-lo", sublinhou Merkel, salientando que a recusa do Reino Unido e outros países para se juntar ao pacto para fortalecer a união fiscal na Europa não vai impedir o progresso.
Os líderes europeus, que estavam reunidos desde as cinco da manhã, chegaram a um acordo sobre medidas concretas, como acelerar em um ano a entrada em vigor do fundo de resgate permanente e atribuir ao Fundo Monetário Internacional (FMI) 200.000 milhões de euros para ajudar os países em crise.

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