quarta-feira, 28 de março de 2012

Instituto Camões "vai ter um responsável"

O conselheiro social da Embaixada de Portugal no Luxemburgo atinge a idade da reforma já em Abril. Carlos Correia é também responsável interino do Instituto Camões, o que já levou o deputado Paulo Pisco a questionar o Governo sobre a sua substituição. Ao CONTACTO, o secretário de Estado das Comunidades garantiu que aquele centro cultural "vai ter um responsável".

O deputado socialista Paulo Pisco apresentou na segunda-feira uma questão parlamentar sobre a substituição do responsável do Instituto Camões, que atinge a idade da reforma e vai regressar a Portugal. E dá como certo que o conselheiro social não vai ser substituído.

"Está em curso uma verdadeira sangria de diplomatas e técnicos na Embaixada e no Consulado-Geral de Portugal, que deixará o Luxemburgo sem Conselheiro Social na Embaixada, não estando prevista a sua substituição", diz o deputado. O secretário de Estado das Comunidades desmente-o.

"Ele não sabe! Isso é especulação, coisa que um responsável político não deve fazer", disse ao CONTACTO José Cesário, horas depois de a questão parlamentar ter sido divulgada. "O Centro Cultural do Luxemburgo terá um responsável", garante o secretário de Estado das Comunidades.

Em causa está a substituição do conselheiro social da Embaixada, Carlos Correia, que assegura também as funções de responsável interino do Instituto Camões no Luxemburgo. O conselheiro atinge a idade da reforma já no dia 25 de Abril, e o CONTACTO sabe que a Embaixada ainda não recebeu qualquer informação sobre se a sua permanência para além desse prazo vai ser autorizada por razões de serviço.

Ao CONTACTO, o secretário de Estado garantiu que Carlos Correia vai ter a comissão de serviço renovada "pelo menos até Junho". Depois, "no momento em que o conselheiro social terminar as suas funções, avaliaremos a sua substituição", diz José Cesário.

"Encontraremos uma solução para o Centro Cultural. Temos muito respeito por aquilo que o Estado luxemburguês nos cede, e queremos valorizar esse espaço", garantiu Cesário, referindo-se ao facto de a renda das instalações do IC ser paga pelo Governo do Luxemburgo.

Recorde-se que, ao abrigo de um protocolo de 1998 entre Portugal e o Luxemburgo, o Estado luxemburguês paga a renda das instalações do Instituto como contrapartida do desenvolvimento de actividades culturais no Grão-Ducado. Um montante que se eleva actualmente a 6.400 euros por mês.

GOVERNO SOCIALISTA É RESPONSÁVEL POR SITUAÇÃO NO CAMÕES

Carlos Correia
Carlos Correia não é formalmente director do Instituto Camões. O conselheiro social vem assegurando as funções de responsável daquele centro cultural desde que o anterior director foi exonerado por Freitas do Amaral, ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro governo de Sócrates, em 2006. Foi nessa altura que o Luxemburgo ficou sem adido cultural, que nunca foi substituído pelo Governo socialista, diz José Cesário.

"Se alguém pode ser responsabilizado por não haver adido cultural no Luxemburgo, é o anterior governo, que nunca nomeou um adido cultural e teve sete anos para o fazer", insurge-se o secretário de Estado das Comunidades.

Certo é que o Governo ainda não sabe quando vai substituir Carlos Correia, tanto nas funções de conselheiro social, como nas de responsável do Instituto Camões.

"No plano social, é uma questão que temos de avaliar. Há uma redução de conselheiros sociais e há vários que já saíram, como no Canadá e na Suíça", avisa José Cesário, que nega no entanto que o Governo tenha decidido não substituir o diplomata no Luxemburgo.

Quanto a saber quem vai ficar à frente do Instituto Camões no Luxemburgo, também ainda está tudo em aberto.

"Vamos encontrar uma solução para o centro cultural", diz Cesário. "Poderá ser por exemplo alguém que seja parte integrante do IC, como um professor ou um leitor, que exerça funções na área cultural. O que não quer dizer que não possa ser nomeado um novo adido cultural", diz.

Texto: Paula Telo Alves
Fotos: Marc Wilwert

Sem comentários:

Enviar um comentário