quarta-feira, 11 de julho de 2012

"Estamos a assistir a uma das maiores ondas de emigração de sempre"

Foto: GGG
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, afirmou hoje que o pior que se pode fazer é ignorar a existência do fenómeno da emigração nacional, que atravessa um dos maiores picos de sempre.

"O pior que podemos fazer é fazer de conta de que ela não existe", afirmou o secretário de Estado durante uma sessão de esclarecimento a trabalhadores do sector da construção sobre "Trabalhar no Estrangeiro", no Marco de Canavezes, no âmbito da campanha desse mesmo nome feita em parceria com o Sindicato da Construção de Portugal, com a Segurança Social e com as autoridades laborais.

Perante uma plateia de mais de 20 pessoas, José Cesário reconheceu que se está a assistir a "uma das maiores ondas de emigração de sempre", lembrando, ainda assim, que "o português sempre emigrou", citando os 30.000 cidadãos que saíram do país durante os primeiros anos da década de 1990, momentos de crescimento económico.

José Cesário alertou para os riscos que qualquer emigrante corre, conhecendo o secretário de Estado "alguns a quem aconteceram coisas inimagináveis", não só no sector da construção, mas também na agricultura, hotelaria e outros.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas apelou a que as pessoas se informem antes de sair do país e admitiu que há falhas no atendimento em países estrangeiros. "Há consulados que são actuantes, mas outros? Que Deus nos ajude!", disse.

Segundo José Cesário, há hoje 92 câmaras municipais com gabinetes de apoio ao emigrante, que podem dar apoio aos trabalhadores que estiveram no estrangeiro, de modo a que possam reclamar as reformas a que têm direito pelos anos passados no exterior.

Quando interpelado por um membro do público, um trabalhador de 58 anos que pediu ao Governo mais esforços para trazer até aos desempregados as ofertas de trabalho no estrangeiro, José Cesário deu os exemplos de "dezenas largas" de enfermeiros que foram para França e Alemanha e o caso "estranho" de centenas de aplicadores de estores pedidos pela Suíça ainda no mês passado.

Por outro lado, também se dá o caso contrário – como o do Luxemburgo, de onde chegou o pedido para que se passe a palavra: "Não venha para cá mais ninguém". (Lusa)

Sem comentários:

Enviar um comentário