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| Fernando Almeida e Yves Bechet contam com a comunidade portuguesa para relançar o CS Oberkorn Foto: Á. Cruz |
"Aligação do nosso clube com a comunidade portuguesa já dura há alguns anos e creio que num futuro próximo poderá ainda ser reforçada", revela Yves Bechet.
"Em 2007, o meu antecessor, Raymond Boon, já tinha tentado uma fusão com o FC Porto Luxembourg, que acabou por não se concretizar por diversas razões. Depois, quando assumi a presidência do clube para o relançar, há cinco anos, optei por uma política realista orientada para a comunidade estrangeira mais importante do país – a portuguesa –, com a qual temos trabalhado bem", conta.
Para Bechet, "entre luxemburgueses e portugueses existem várias afinidades na forma de viver o futebol". "Por isso, quando cheguei ao clube, contratei o treinador português Manuel Correia [actualmente no Kayl], que teve grande sucesso no clube, assim como o Paulo Gomes, também português, que nos ajudou, este ano, a evitar a descida de divisão nos últimos jogos. No seguimento desta tradição, temos agora o Fernando Almeida como treinador da equipa sénior, apesar de termos tido vários candidatos para o lugar, e esperamos que ele possa ter também muito sucesso".
Mas o número de portugueses é também significativo entre as camadas jovens do clube. "Temos mais de uma centena de jovens nas nossas equipas. Aproveito para fazer um apelo a todos os pais da região para trazerem os seus filhos ao nosso clube. Temos uma equipa de treinadores e educadores competente para enquadrar os nossos jovens jogadores. No âmbito desta política, vamos realizar uma jornada 'portas abertas' para darmos a conhecer o nosso clube e vamos também distribuir folhetos pelas escolas para podermos chegar junto da juventude e dar a conhecer o potencial do nosso clube", garante.
No entanto, o clube continua em "guerra" com a edilidade. O novo estádio (reerguido no local onde o Oberkon jogava) está reservado apenas ao FC Differdange, equipa da Liga BGL. Ao Oberkorn, a comuna atribuiu apenas o campo sintético de Woiwre, o que para o presidente "é manifestamente pouco".
"Somos um clube que merece mais respeito por parte da edilidade de Differdange. Estamos de acordo que as nossas equipas jovens joguem e treinem aqui, mas os seniores precisam de um campo com outras condições", reclama.
"As nossas ambições, neste momento, resumem-se a um lugar a meio da tabela, porque não temos condições para mais. Para podermos aspirar a algo mais, precisamos de um campo com relva natural e infra-estruturas dignas para que os patrocinadores possam apostar em nós e ajudar a nossa equipa. A comuna tem-nos relegado para segundo plano, o que é extremamente injusto", lamenta.
"QUERO AJUDAR A LEVAR O OBERKORN O MAIS LONGE POSSÍVEL"
Fernando Almeida é o novo timoneiro do CS Oberkorn. Conhecedor do clube e das suas realidades, o técnico português diz-se "preparado" para enfrentar a nova época.
"Sinceramente tinha a intenção de me desligar do futebol, mas este projecto tocou-me bastante. Vi gente muito empenhada em levar o clube o mais longe possível, apesar das dificuldades existentes. Moro na região e conheço bem o clube e as pessoas que aqui trabalham. Falei com o Manuel Correia, ex-treinador do clube e meu amigo, e fiquei ainda mais identificado com o clube. Nesta região existem muitos portugueses que gostam de futebol. O clube tem dirigentes, treinadores, jogadores e sócios portugueses que têm grande afinidade com o Oberkorn", realça o técnico português.
"Na região existem muitos jovens e grande parte deles portugueses que ainda não jogam em clubes federados. A partir dos cinco anos, os pais já podem deixar aqui os seus filhos para darem os primeiros passos no futebol. Existe já uma plataforma montada de treinadores para recebê-los e é nesse sentido que queremos trabalhar com os jovens da região. Deles depende o futuro do clube e da equipa sénior, cujo objectivo principal é integrar jovens oriundos da formação do clube. Espero que venham em grande número à nossa jornada 'portas abertas' que pensamos organizar em breve. Tenho a certeza de que eles vão gostar", garante.
Quanto à equipa sénior, Almeida lamenta que esta ainda não tenha campo definido para jogar no campeonato, facto que limita as ambições do clube.
"Temos uma equipa bastante razoável, formada por elementos de qualidade, dentro das nossas limitações orçamentais. Conseguimos formar um plantel competitivo e por isso espero garantir a manutenção o mais rapidamente possível. Depois, tudo o que vier a mais será um bónus, porque este é um ano de transição para o clube. Já comecei a integrar alguns jovens na equipa principal, nos quais depositamos muitas esperanças. Esse é um dos meus objectivos e dos dirigentes também. O CS Oberkorn tem condições para trabalhar jovens e integrá-los na equipa sénior. Acredito que o CS Oberkorn vai ter um futuro risonho", remata.
Texto: Á. Cruz
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