quarta-feira, 17 de junho de 2009

Luxemburgo: Análise às negociações para formar uma coligação governamental CSV-LSAP

Quem quer ser ministro?

Os candidatos a ministros tanto no CSV como no LSAP são muitos, mas as negociações para formar Governo deverão igualmente ter em conta os resultados de cada candidato nas eleições legislativas de 7 de Junho (ver artigo anexo e na pág. 4). As únicas certezas são que Juncker manter-se-á como primeiro-ministro (está no Governo desde 1984 e é chefe do Executivo desde 1995), Asselborn como vice-primeiro-ministro (recebeu a melhor votação do LSAP) e Frieden (subiu na sua circunscrição) deverá ser o novo ministro das Finanças (CSV).

Juncker avisou que "não há necessidade de aumentar o número de ministros". Tendo em conta os resultados do LSAP no sufrágio, é provável que os socialistas percam uma pasta. Embora para o presidente do LSAP, Alex Bodry, "outros lugares estão em jogo, como o de presidente da Câmara dos Deputados ou o de comissário europeu".

Mas estes são postos que pertencem ao CSV. Para novo presidente do Parlamento é evocado aliás o nome de Fernand Boden. Um posto que seria uma saída honrosa do Governo após o seu desaire nestas eleições. Na circunscrição onde foi sempre um dos mais votados, o ministro da Agricultura foi relegado para terceiro do CSV, atrás da secretária de Estado da Cultura, Octavie Modert. Boden é ministro desde 1979, é o único aliás há 30 anos no Governo.

A subida mais espectacular foi a de Jean-Louis Schiltz (CSV), terceiro mais votado no Centro (8° em 2004). Nos bastidores do partidos fala-se nele para novo ministro da Justiça.

François Biltgen (CSV) obteve menos votos do que em 2004. Terá sido uma penalização por ser ministro do Trabalho em tempo de crise? Contudo, é preciso contar com ele para ministro, já que o presidente do CSV continua a ser o segundo do partido, logo atrás do omnipresente Juncker.

O ministro das Obras Públicas Claude Wiseler (CSV) foi segundo no Centro e a seu lugar no Governo não deve estar em risco. Jeannot Krecké (LSAP) foi terceiro, resultado que faz do ministro da Economia segundo do LSAP, ultrapassando o ministro da Saúde, Mars Di Bartolomeo, que baixou no Sul. Quem também perdeu terreno no sul foi o ministro dos Trasnportes, Lucien Lux (LSAP), que baixou de quarto para quinto do LSAP, ultrapassado por Lydia Mutsch (LSAP), burgomestre de Esch/Allzette, que já fez saber a sua vontade de integrar o Executivo. Ficarão Mars Di Bartolomeo e Lucien Lux sem pasta?

Já a ministra da Educação, Mady Delveaux-Stehres manteve a sua votação e ocupa o segundo lugar no LSAP, o que deverá assegurar a sua manutenção no Governo.

Ainda no Sul, o ministro do Interior Jean-Marie Halsdorf (CSV) melhorou a sua votação de 2004 e é um dos que devrá ser reconduzido.

No Norte, a ministra da Família, Marie-Josée Jacobs (CSV), é a incontestável número um e a pasta que ocupa desde 1995 continuará a ser sua.

Na circunscrição Leste, o ministro-delegado dos Negocios Estrangeiros, Nicolas Schmit (LSAP), apresentou-se pela primeiro vez aos eleitores e registou um bom resultado. Deverá continuar no Governo, só não se sabe ainda com que pasta.


TÂNIA MATIAS EM ESTRASBURGO ?

Quando Bodry diz que o posto de comissário europeu pode jogar nas negociações é porque prevê que um dos eurodeputados eleitos pelo CSV, Viviane Reding, seja reconduzida no posto (que depende ela própria da recondução da Comissão Barroso), sendo substituída no Parlamento Europeu pelo quarto mais votado do CSV nas europeias, Georges Bach. O que Bodry espera é que Frank Engel, terceiro mais votado do CSV nas europeias, prefira Estrasburgo ao Parlamento nacional, o que deixaria um lugar vago no Governo para mais um socialista. Mas Engel, que obteve um dos bons resultados das eleições, pode estar interessado numa pasta.

É aqui que entra Tânia Matias na aritmética: se Frank Engel preterir o seu lugar de eurodeputado e Viviane Reding voltar a ser comissária, Tânia ocupará o terceiro assento europarlamentar do CSV, apesar de ter sido sexta da lista.

JLC/F. Pinto
in Contacto de 17.06.09

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