No Luxemburgo, a Gripe A (inicialmente chamada "gripe suína") está a ser encarada como uma gripe comum, excepcional por ser no Verão, sendo uma gripe "normal" e nenhum "cataclismo", segundo disse o ainda ministro da Saúde, Mars di Bartolomeo, na passada semana.
"Não podemos ficar com a ilusão que os números vão ficar por aqui, mas deveríamos mentalizar-nos que é uma gripe comum, sem reduzirmos a sua gravidade", disse.
As pessoas infectadas pela gripe A estão novamente curadas depois de um tratamento de dois a três dias com Tamiflu e sete dias de isolamento em casa.
"A utilização dos medicamentos antivirais é feita com muito cuidado porque já houve casos de resistência ao tratamento noutros países", disse a directora do departamento da Direcção da Saúde, Danièle Hansen-Koenig.
"O medicamento Tamiflu é posto à disposição, mas só é utilizado pelos doentes se for necessário", acrescentou.
Apesar de a gripe A ser benigna, o Grão-Ducado fez a encomenda de vacinas e as reservas do medicamento Tamiflu estão intactas. "Em caso extremo, o Luxemburgo dispõe de uma encomenda de vacinas contra a gripe A que seria suficiente para a população inteira e mesmo se alguns tivessem de ser vacinados duas vezes, haveria vacinas suficientes", garantiu Mars di Bartolomeo sem, no entanto, precisar a quantidade encomendada (n.d.R.: o país conta 490 mil habitantes!).
Em 2006, o Ministério da Saúde havia efectuado contratos de encomendas de vacinas contra a gripe das aves, que estão a ser utilizados agora para a gripe A, já que o vírus é da mesma estirpe.
O ministro não considera uma vacinação da população inteira como necessária, mas tem a intenção de instaurar um sistema de vacinação voluntária quando esta estiver disponível no Outono.
Apesar de a gripe ser "normal", o ministro prevê o alastramento do vírus no Grão-Ducado e o aumento dos casos.
"Segundo a OMS [Organização Mundial da Saúde], há o risco de nas próximas semanas, o número de casos de pessoas infectadas pela gripe A aumentar", disse Mars di Bartolomeo.
Actualmente foram registados 18 casos no Luxemburgo mas "deve haver casos em que os sintomas são tão fracos que não temos conhecimento deles", disse o ministro. O número deverá aumentar depois das ferias de Verão porque os casos são importados e há infecções das pessoas entre si.
Para o ministro, os primeiros relatórios assustadores da OMS sobre o México e a utilização da palavra "pandemia" contribuíram para inserir a ideia de a gripe A ser uma "catástrofe" na mente da população.
"A palavra Pandemia refere-se apenas à expansão do vírus a mais de duas regiões do Mundo, o que aconteceu rapidamente neste caso", explicou Danièle Hansen-Koenig. "A gripe suína chegou a ser comparada à gripe espanhola do principio do século passado, que matou milhares de pessoas, o que contribuiu para o pânico das pessoas", acrescentou.
Cristina Casimiro
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