Os partidos luxemburgueses DP (liberais) e Déi Gréng (Os Verdes) opõem-se à recondução de José Manuel Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, o que está previsto acontecer no Outono, por ocasião da rentrée do Parlamento Europeu (PE).
Os responsáveis deste partidos vieram a público afirmar que discordam com a recondução (prevista pelos partidos da Direita, maioritários no PE) de Durão Barroso.
Segundo Charles Goerens, eurodeputado do DP, Durão Barroso "abandonou os pequenos [países]". Na segunda-feira, Goerens veio anunciar a sua intenção de votar contra a recondução do português, no Outono.
Goerens lamenta que Durão Barroso considerasse "a sua reeleição como uma prioridade superior à defesa dos países pequenos", e referiu-se aos ataques ao sigilo bancário no Luxemburgo, na Bélgica e na Áustria.
Para os Verdes, Durão Barroso "não serve bem a União Europeia" (UE) e "privilegia os interesses dos industriais à protecção do ambiente". Claude Turmes, eurodeputado pelos "Déi Gréng" argumenta que o actual presidente da Comissão "seria mau para o Luxemburgo", porque tende a "apoiar as grandes nações, prejudicando assim os países pequenos". Turmes exemplifica com a inclusão do Luxemburgo na lista negra da OCDE, depois de uma das últimas reuniões do G20, acusando Barroso de nada ter feito para evitar que isso acontecesse.
Para Goerens, Barroso já não é "homem da situação" e o eurodeputado luxemburguês propõe o presidente do grupo ALDE, Guy Verhofstadt (ex-primeiro-ministro belga) como candidato para o cargo de presidente da Comissão Europeia.
O eurodeputado explicou ainda que o seu partido vai elaborar um memorandum nos próximos dias que será submetido a Durão Barroso. O texto propõe medidas anti-crise, para coordenar os esforços dos estados-membros da UE e aborda a luta contra as mudanças climáticas e as questões institucionais.
Os Verdes prepararam na segunda-feira uma lista de reivindicações sobre a politica europeia e as suas consequências para o Luxemburgo. Os verdes reivindicam a proibição de mandatos duplos para deputados e burgomestres para que eles possam seguir melhor os dossiês políticos europeus.
Cristina Casimiro
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