O governo português vai contratar médicos de países da América Latina para suprir a falta de profissionais portugueses, que escasseiam sobretudo nas unidades de saúde do Algarve e Baixo Alentejo, disse à Lusa, hoje, Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, de visita ao Centro de Saúde de Quarteira (Loulé, Algarve).
De acordo com Manuel Pizarro, trata-se de um processo "delicado", que exige conversação entre governos e a avaliação dos médicos, uma vez que são de países extra-comunitários e os cursos têm que ser reconhecidos.
Manuel Pizarro não adiantou contudo o número de médicos que serão contratados nem as datas em que começarão a exercer em Portugal, o que, diz, será comunicado oportunamente, quando o processo estiver concluído.
"Esperamos dar notícias num espaço de tempo relativamente curto", afirmou, acrescentando que alguns dos médicos que virão para Portugal são de origem uruguaia, estando a Ordem dos Médicos neste momento a validar os seus cursos superiores.
Segundo o governante, os países da América Latina são aqueles que oferecem maior disponibilidade em termos de médicos, já que em Espanha, país de onde Portugal recrutava muitos, parece também haver falta destes profissionais.
De acordo com Manuel Pizarro, a carência de médicos em Portugal verifica-se de forma mais acentuada no Algarve (sobretudo no Barlavento), no litoral alentejano, Ribatejo e nas áreas metropolitanas do Porto, Lisboa e Braga.
"Onde há maiores carências, tentaremos dar uma resposta", frisou, lembrando que a contratação de médicos estrangeiros é uma solução para o imediato, estando a ser projectadas medidas estruturais, como o aumento de vagas nos cursos de Medicina.
"Quando chegámos ao governo, as vagas pouco ultrapassavam as mil, este ano serão 1658", concluiu, sublinhando que foram também aumentadas as vagas para formação de médicos de Medicina Geral e Familiar.
Sem comentários:
Enviar um comentário