domingo, 23 de agosto de 2009

Portugal/Ciência: Portugueses produzem sensor de ADN barato e ecológico

Investigadores portugueses produziram pela primeira vez um método de detecção de ADN usando uma vulgar impressora de jacto de tinta, com recurso a materiais e tecnologia de baixo custo e amigos do ambiente.

O novo sensor, desenvolvido por uma equipa conjunta dos departamentos de Ciência dos Materiais e Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, foi aceite para publicação próxima pela revista Biosensors and Bioelectronics, disse este domingo à Lusa Elvira Fortunato, responsável pelo projecto.

Foi um trabalho feito por cientistas portugueses e em Portugal, ou "made in e made by" como gosta de dizer a investigadora, conhecida especialista em micro-electrónica.

A equipa dirigida pela professora do Departamento de Ciência dos Materiais e directora do Centro de Investigação de Materiais da Universidade Nova de Lisboa já tinha produzido, em 2006, um sensor para detectar ADN, mas era baseado em silício, o semicondutor convencional usado em electrónica.

Na perspectiva de Elvira Fortunato, "as vantagens do dispositivo são imensas". Para além do baixo custo, não necessita de marcadores, como nos sistemas de detecção convencionais, e é muito pequeno, tornando possível integrar vários sensores no mesmo chip.

"Pode detectar várias coisas, pode ser um sistema portátil, descartável, apresenta uma elevada sensibilidade e uma elevada selectividade, e além disso também quantifica", assinalou.

Para a cientista portuguesa, trata-se de "um sistema de diagnóstico que pode prevenir, fazer um rastreio de uma forma extremamente simples, rápida e barata, e detectar se as pessoas estão doentes ou não".

As áreas de aplicação possíveis vão desde o diagnóstico clínico e a monitorização de agentes patogénicos às indústrias farmacêutica e alimentar, à biodefesa e à identificação genética.

A maioria dos testes deste tipo é feita actualmente em ambiente laboratorial, normalmente com recurso a equipamentos caros e a mão-de-obra muito especializada, o que limita a sua utilização em grande escala.

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