sábado, 19 de setembro de 2009

Brasil: 188 milhões de brasileiros declaram-se negros

As estatísticas relativas ao ano de 2008, divulgadas sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, revelam que 188 milhões de brasileiros residentes no país se declaram negros.

Num ano, a população brasileira ganhou 3,2 milhões de pessoas que se auto-declararam mulatas.

Em 2007, a população residente no país era composta por 48,4% de brancos, 43,8% de mulatos, 6,8% de negros e 0,9% de origem asiática e indígena.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio indicam que, um ano depois, houve um aumento de 1,3% na proporção de brasileiros declarados mulatos e uma redução das populações negras (0,7%) e brancas (0,8%).

A maioria dos cerca de 188 milhões de brasileiros residentes no país é negra, categoria que reúne os que se consideram pretos e mulatos.

Em quase um século de sondagens sobre a vida dos brasileiros, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio revela mudanças ocorridas no país desde 1940, quando os primeiros dados começaram a ser registados.

A distribuição da população por cor e raça é diferenciada entre as regiões do país. Os estados do Norte e Nordeste concentram os negros, com 76,1 e 70,1%, respectivamente. Os brancos estão na Região Sul (78,7%) e Sudeste (56,8%).

Outro dado da sondagem é que a população brasileira está a envelhecer com quase 21 milhões de pessoas com mais de 60 anos. A proporção de brasileiros idosos aumentou 5,7% em 2008, em relação a 2007, e cresceu mais de 23% nos últimos dez anos.

Houve uma queda de 22,6% na proporção de crianças até aos 4 anos, desde 1999. Na comparação entre 2008 e 2007, a redução foi de 1,4%.

No que se refere ao mercado de trabalho brasileiro, de 2007 para 2008, o contingente de trabalhadores cresceu 2,8%, totalizando 92,4 milhões de pessoas acima dos 10 anos, impulsionado pelo sector da construção civil (que cresceu 14,1%) e gerou cerca de 900 mil novos postos de trabalho.

Cresceu também o número de pessoas ocupadas mas, quanto a crianças e adolescentes que trabalham (dos 5 aos 17 anos), este número reduziu-se de 10,8% para 10,2%. Ainda assim, em 2008, 4,5 milhões de crianças e adolescentes trabalhavam, sobretudo, meninos em actividades agrícolas e sem registo.

A percentagem de domicílios ligados à rede de saneamento atinge 52,5 dos lares. O telemóvel (ou "celular") e o acesso à internet foram os serviços que mais avançaram.

Mais de 4,4 milhões de domicílios passaram a ter algum tipo de telefone, sobretudo o móvel, fazendo com que o número total chegasse a 47,2 milhões de lares (82,1% dos domicílios). Os domicílios ligados à internet aumentaram de 20 para 23,8% do total e atingem os 13,7 milhões em 2008.

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