sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Portugal: Reportagem da TVI fala de envolvimento de primo de Sócrates no Caso Freeport

O envolvimento de José Paulo Bernardo Pinto de Sousa, primo do primeiro-ministro, na recepção de envelopes de dinheiro que serviram para alegados subornos que envolveriam o próprio José Sócrates no Caso Freeport, foi mencionado no noticiário das 20h desta sexta-feira da TVI, o primeiro depois do afastamento de Manuela Moura Guedes do programa.

Já na quinta-feira, a revista Sábado tinha avançado que a PJ de Setúbal mandara juntar ao processo Freeport uma carta anónima que implicava directamente o primo de José Sócrates.

O director da Polícia Judiciária (PJ), Almeida Rodrigues, revelou hoje à Agência Lusa que "o conteúdo da carta anónima" que implica um primo de José Sócrates na entrega de subornos para obter o lienciamento do Feeport "seja destituído de fundamento".

"A ser assim, como tudo indica que seja, terão de ser extraídas as necessárias consequências jurídico-penais", disse à Lusa Almeida Rodrigues, no que pode ser entendido como uma possibilidade de ser aberto um inquérito para averiguar um crime de denúncia caluniosa e os seus autores.

Quanto às razões para José Paulo Bernardo Pinto de Sousa não ter sido ouvido pelas autoridades, Almeida Rodrigues não se quis pronunciar.

O "Jornal de Sexta" foi rebaptizado "Jornal da Noite", por esta ocasião, e Patrícia Matos, substituiu Manuela Moura Guedes como pivô.

FAQ: O que está em causa
no "Caso Freeport"


O processo Freeport está relacionado com alegadas suspeitas de corrupção e tráfico de influências no licenciamento do espaço comercial, em 2002, para a construção do gigantesco Outlet (centro comercial com armazéns de grandes marcas) em Alcochete, quando o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente (do Governo de António Guterres).

O processo Freeport tem como arguidos confirmados Charles Smith, Manuel Pedro, Eduardo Capinha Lopes, Carlos Guerra, José Manuel Marques e José Dias Inocêncio.

Charles Smith e Manuel Pedro prestaram consultoria ao negócio do 'outlet' de Alcochete, o arquitecto Eduardo Capinha Lopes ficou encarregado do projecto do espaço comercial, Carlos Guerra presidiu ao ex-Instituto de Conservação da Natureza (ICN), José Manuel Marques foi vice-presidente do mesmo organismo e consultor da Câmara Municipal de Alcochete, e José Dias Inocêncio foi presidente da autarquia.

A investigação do caso Freeport está a cargo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), dirigido pela procuradora-geral adjunta Cândida Almeida.

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