sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Portugal/Legislativas: CDS-PP quer crescer

A campanha eleitoral do CDS-PP foi “certinha” e bem comportada, alheia aos “incidentes" entre PS e PSD, com Paulo Portas ao ataque a Sócrates e a resistir à tentação de pedir os “dois dígitos”.

Paulo Portas fez a festa nas ruas e feiras, onde teve os seus momentos mais altos, dançou com peixeiras, tocou pandeireta, e não se desviou do seu “caderno de encargos”, apostado em transformar o CDS-PP na terceira força política.

O BE e o PCP, mas sobretudo o Bloco de Esquerda, por aparecer à frente nas sondagens, foram “eleitos” os adversários principais do CDS-PP.

"Cuidado com a esquerda", diz PP que quer ser "uma oposição eficaz"

Nos comícios, Paulo Portas e outras figuras como o eurodeputado Nuno Melo e Lobo Xavier advertiram para os “perigos” da subida da esquerda, agitando o “fantasma” das nacionalizações e lembrando o período revolucionário pós-25 de Abril.

Depois de em 2005 ter falhado o objectivo de atingir os 10%, o que o levou a demitir-se da liderança, Portas recusou desta vez quantificar metas, apesar de ontem, em Faro, ter dito que “talvez” o fizesse.

A “tarefa” ficou a cargo de Nuno Melo, que no primeiro jantar em que participou, Famalicão, disse estar convencido que o CDS ia atingir os dois dígitos.

Muito centrado em ser a “oposição mais eficaz” ao primeiro-ministro, José Sócrates, Paulo Portas não esqueceu outros alvos preferidos: o ministro da Agricultura, Jaime Silva, e a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

Os ataques ao primeiro-ministro e líder do PS, José Sócrates, marcaram o discurso de Portas, que pediu votos para “impedir uma maioria absoluta de um só partido”.

Possível coligação com o PSD


Já as críticas ao PSD existiram mas foram mais cautelosas. Sem falar em possíveis coligações, Portas apelou ao voto para uma “maioria de na direita” rejeitando assim o argumento do “voto útil” pedido pelo PSD, e apelou aos eleitores para compararem “entre as lideranças e esquecerem as siglas”.

Fixado na sua agenda, Portas recusou falar da “campanha de incidentes e casos”, limitando-se a enumerá-los para se demarcar, como o “caso das escutas”.

A campanha das legislativas foi também a campanha em que Paulo Portas e o ex-líder Ribeiro e Castro puseram de lado as divergências e mostraram-se unidos para enfrentar o “inimigo comum”, o Governo do PS.

Nas duas semanas de campanha oficial, Paulo Portas percorreu cerca de quatro mil quilómetros de estrada, e cumpriu na grande maioria das vezes os horários previstos nas iniciativas, sem se desviar muito do guião inicial.

Ao longo da campanha, o CDS-PP empenhou-se em mostrar que o partido está mobilizado, reunindo centenas de militantes em jantares.

Em termos de mobilização, o momento mais alto foi o jantar em Viseu, que reuniu perto de 1.400 militantes, em que foi necessário pôr mais mesas.

A campanha não teve propriamente um momento que marcasse qualquer viragem, mas foi notória a crescente satisfação da comitiva quando se percebeu que o discurso de Portas, sobretudo contra “os abusos do rendimento mínimo” eram replicados nas ruas ou nas feiras no dia seguinte, fosse para elogiar ou para criticar.

Cortar 25% das verbas do Rendimento Social de Inserção para aumentar as pensões mais baixas em 10 euros por mês, a mudança das leis penais, o apoio às IPSS e a defesa da agricultura foram os temas do “caderno de encargos” do CDS-PP mais repetidos.

Foto: Lusa

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