Com mais de cinco mil quilómetros percorridos, o líder da CDU chega ao fim da campanha eleitoral com a fasquia elevada. Depois de definir como objectivo o reforço da votação, Jerónimo de Sousa quer eleger mais seis deputados.
O pedido de reforço de votos foi o mais repetido ao longo da campanha, tanto quanto a ideia de que “a CDU está a crescer”.
A campanha eleitoral da coligação PCP/Verdes começou uma semana antes do início oficial - a 13 de Setembro -, com o comício de encerramento da festa do Avante!, um dos momentos considerados marcantes pela CDU.
Seguiram-se outros “grandes momentos”: em Évora, para lançar oficialmente a campanha, e no Porto, onde destacou em particular a presença da juventude, o “melhor da campanha”, na sua opinião.
As grandes acções foram alternadas com comícios para algumas centenas de apoiantes, além de contactos directos com a população e almoços e jantares-convívio.
A campanha da CDU, sublinha Jerónimo, vai além das acções em que ele participa. Ao todo, “são milhares e milhares de iniciativas, pequenas, médias”, realizadas por militantes em todo o país.
O líder comunista garantiu que a caravana não passava só pelos locais que são “dinheiro em caixa” para a CDU, mas ainda assim, nos 13 dias de campanha eleitoral, alguns distritos ficaram de fora do mapa comunista, enquanto outras regiões do país receberam várias visitas da caravana comunista, com Lisboa à cabeça (quatro ocasiões).
No último dia de campanha, a CDU “falha” a tradicional descida do Chiado, Lisboa, realizando uma “arruada” no Porto, antes do comício de encerramento em Braga, um distrito onde há “um sentimento crescente” em relação à coligação e onde “vale a pena jogar com força porque a CDU está a crescer”, justifica Jerónimo de Sousa.
Para Jerónimo, PS e PSD são partidos "siameses"
Os discursos do líder comunista foram quase sempre dominados pelo ataque às políticas do governo de José Sócrates e pela ideia de que PS e PSD são como “siameses”, sendo exemplos dessas semelhanças o apoio à eleição de Durão Barroso na Comissão Europeia, a utilização do argumento do défice das contas públicas para desenvolver medidas “gravosas” para os portugueses e os benefícios à banca.
Jerónimo de Sousa chegou a lamentar que o debate político estivesse a ser dominado por “questões laterais” à campanha, como “o anda-desanda” do TGV e o “caso das escutas”.
Desvalorizou sempre as sondagens, que têm apontado para a CDU em quinto lugar, afirmando que a adesão às iniciativas são o verdadeiro “termómetro” da força da CDU.
Depois dos seis mil apoiantes que estiveram em Évora e os cinco mil que participaram no comício no Porto, Jerónimo de Sousa espera novamente casa cheia hoje à noite no Campo Pequeno, num comício que, afirma, “será a prova dos nove”.
A confiança no crescimento da CDU leva o líder comunista a pedir a eleição de mais deputados em alguns distritos, subindo a votação das últimas legislativas - 7,54 por cento.
É o caso do Porto, onde quer conquistar um terceiro mandato, em Setúbal, onde acredita ser um “sonho alcançável” chegar ao quarto e quinto deputados, enquanto em Beja confia que chegará ao segundo eleito.
Em Aveiro, onde a CDU não teve eleitos na última legislatura, Jerónimo de Sousa acredita que será possível ter “uma voz” por este distrito no Parlamento, tal como em Leiria, mas onde admite que isso só venha a acontecer em 2013.
“A CDU tem hoje um quadro com uma dinâmica muito grande que sustenta a convicção de que é um sentimento a crescer, mesmo para os mais cépticos, que consideravam ao princípio que esta seria uma batalha muito difícil”, afirma o líder da CDU.
Foto: Lusa
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