A campanha do PS voltou a ser dominada por críticas à líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, a quem vários responsáveis socialistas, que não o secretário-geral José Sócrates, vão devolvendo as acusações de "asfixia democrática".
Terça-feira à noite em Viseu, pela voz de José Junqueiro, e hoje em Bragança, pela voz de Edite Estrela, os socialistas "apontaram baterias" a Ferreira Leite, que o cabeça-de-lista do PS por Vila Real acusou de ter um discurso parecido ao de António Oliveira Salazar e que a eurodeputada acusou de ter calado os professores quando era ministra da Educação.
Com as críticas a cargo de outras figuras do partido, José Sócrates evita pronunciar-se directamente sobre a líder do PSD.
Na véspera à noite, num comício em Viseu, Sócrates também passara apenas ao "de leve" pelos "casos" em torno da "asfixia democrática" e da polémica das alegadas escutas, envolvendo a Presidência da República, ao afirmar que o seu partido recusa construir uma "campanha de medo ou alimentar qualquer tipo de conspiração".
Pouco antes falara, no entanto, Junqueiro, que comparou o discurso do PSD ao do Estado Novo, quanto citou uma intervenção de 1928 de António de Oliveira Salazar sobre "política de verdade", revelando a identidade do orador apenas no final e depois de dizer: "Sei que estão a pensar que este é um discurso da dra. Ferreira Leite".
Aludindo aos mais recentes desenvolvimentos na polémica das "escutas", José Junqueiro também defendeu que o PSD deveria apresentar um pedido de desculpas ao PS.
Horas antes, na Guarda, também o cabeça-de-lista do PS por esse círculo eleitoral, Francisco Assis, desferira um forte ataque ao PSD, que acusou de ter tentado "construir a ideia da asfixia democrática", num primeiro momento através de "uma teoria falsa" e depois com a "invenção de factos" para a suportar.
"Aqueles que diziam que falavam em nome da verdade afinal, falavam como nunca ninguém antes em nome da mentira, e é essa mentira que vamos rejeitar", afirmou.
Hoje, foi a vez de Edite Estrela, em Bragança, recordar anteriores passagens de Ferreira Leite pelo poder, para dizer que asfixia democrática existiu foi quando a actual líder do PSD foi ministra da Educação e "nesse tempo não era dada liberdade aos professores para se manifestarem publicamente, para dizerem o que pensavam e para darem as suas opiniões".
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