O papel do Estado na economia é uma das áreas em que os partidos políticos da esquerda e da direita mais divergem, com o CDS-PP a defender as privatizações e o PCP e o BE a apostarem nas nacionalizações.
O CDS considera que o peso do Estado na economia portuguesa é excessivo, defendendo que a dimensão do Estado deve ser adequada aos serviços que este deverá prestar. Propõe, assim, que no início da legislatura seja definido um plano de alienações das participações do Estado que deve incluir a ANA, o Autódromo, a Margueira, a Lisnave, a Inapa e a Zon.
Os populares defendem, contudo, a manutenção da Caixa Geral de Depósitos (CGD) sob controlo do Estado português e a manutenção das golden-share em empresas como PT, EDP, REN ou do sector dos transportes mais críticos e de elevada função social.
Nos seguros, o CDS defende a alienação de uma das empresas controladas pela CGD - Império-Bonança ou Fidelidade-Mundial - ou, em alternativa, a dispersão do capital da Caixa Seguros.
O Bloco de Esquerda, por outro lado, considera que as privatizações têm conduzido “a um desastre económico e à desregulação social”.
Os bloquistas defendem, por isso, a nacionalização da banca, seguros e de todo o sector financeiro e ainda o controlo do Estado na produção e na distribuição da energia.
Nesse sentido, propõem que as participações da ENI e da Amorim Energia na Galp revertam para o Estado e que o capital público volte a ser maioritário na EDP, opondo-se também à privatização parcial da REN.
A política do PCP tem como um dos eixos centrais a defesa do papel determinante do Estado nos sectores estratégicos, designadamente, banca, seguros, energia, telecomunicações e transportes.
O PCP diz que a crise económica tornou “mais premente” a nacionalização da banca comercial e dos seguros.
No geral, defendem um sector público com uma “dimensão e peso determinantes” nos sectores básicos e estratégicos da economia nacional, nomeadamente, banca, seguros, energia, água, saneamento e resíduos, comunicações e telecomunicações, transportes e vias de comunicação, industrias básicas, comunicação, investigação e desenvolvimento tecnológico.
O PSD e o PS não referem claramente privatizações ou nacionalizações nos seus programas eleitorais.
Os social-democratas afirmam que o seu Governo não adoptará uma política "dirigista" da actividade empresarial, a qual consideram "causa de graves ineficiências".
"Preferiremos criar condições para o desenvolvimento de todo o potencial do nosso tecido económico e para o aumento da competitividade das empresas", refere o programa eleitoral do PSD.
A principal intervenção do Estado na economia defendida pelo PS, em período de crise, é a aposta no investimento público e no reforço da competitividade empresarial.
O PS diz que vai continuar a apoiar a modernização da economia através de uma política de apoio a sectores que produzam bens e serviços transaccionáveis e defende uma melhoria no funcionamento do mercado através da defesa da concorrência, da regulação e da promoção da defesa dos consumidores.
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