O prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, defendeu, terça-feira, que o Brasil teve um desempenho "formidável" perante a crise global, mas que o crescimento futuro do país é mais "esperança" do que certeza de crescimento.
"Quando as pessoas falam dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China), talvez devessem falar dos IC, porque a Índia e China tiveram essa descolagem [de crescimento económico] mas o Brasil ainda não, e a Rússia é um animal totalmente diferente", apontou o economista norte-americano perante uma plateia de empresários na capital argentina, Buenos Aires.
"Todos conhecem a anedota de que o Brasil é o país do futuro e sempre o será. Ainda não vemos no Brasil o tipo de crescimento que vemos na Ásia. Eu acho que isto continua a ser uma esperança e não uma perspectiva certa", adiantou.
Para o economista, o Brasil não foi tão afectado pela crise mundial porque "não está tão exposto ao comércio mundial e também porque criou uma estrutura financeira muito mais sólida."
"Foi afectado mas não muito, os bancos aguentaram-se muito bem e, de facto, o mundo quer levar dinheiro para o Brasil e isto gera problemas para a competitividade das suas exportações", defendeu.
O Nobel norte-americano fez um paralelo com a década de 1930, que foi melhor para a América Latina do que para os Estados Unidos ou a Alemanha, sem que tal se tenha traduzido em boas perspectivas para as décadas seguintes.
O Brasil tem um "dinamismo empreendedor" e "indústrias de exportação bem-sucedidas", o que "leva muitos a pensar que tem excelentes perspectivas de crescimento, mas, por outro lado, muita gente diz isso do Brasil há décadas", referiu ainda.
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