Um menino de 10 anos deu entrada na madrugada de quarta-feira no Serviço de Urgência do Hospital D. Estefânia com sintomatologia gripal, tendo acabado por falecer.
Foram realizadas análises à criança e foi identificada a presença do vírus H1N1. As autoridades de saúde aguardam o resultado da autópsia para determinar a causa da morte.
A criança frequentava a Escola Paula Vicente, no Restelo, em Lisboa. Alunos daquele estabelecimento ficaram consternados com a morte do amigo e manifestaram receio de contrair o vírus.
O director de pediatria médica do Hospital D. Estefânia, Gonçalo Cordeiro Ferreira, explicou à agência Lusa que, por “mais trágico que seja um acidente deste tipo, é uma circunstância pontual” e que as pessoas devem manter-se tranquilas.
“É natural que as crianças fiquem intranquilas”, mas é preciso explicar que, do ponto de vista estatístico, as complicações e a mortalidade devido à nova estirpe de gripe “são muito, muito baixas”, garante o pediatra, exemplificando que a probabilidade de isso acontecer é a mesma de lhe “cair um pedregulho em cima”.
Gonçalo Cordeiro Ferreira explica que a gripe pode originar nas crianças problemas respiratórios, cardíacos e neurológicos, mas que isso acontece "numa minoria mínima de crianças”.
“O que [as pessoas] precisam de saber é que a possibilidade de terem gripe existe, mas a possibilidade de ter uma complicação fatal é muito pequena e, sobretudo, em crianças desta idade”, sublinha o pediatra, comentando: “Não podemos tomar a árvore pela floresta.”
“Por mais trágico que seja, foi um caso e, do ponto de vista estatístico, é muito pouco provável que aconteçam novos acontecimentos assim até haver um número muito grande de casos”, reitera.
Nesse sentido, Gonçalo Cordeiro Ferreira defende que o esquema de vacinação contra a gripe A deve manter-se: “As crianças saudáveis, sem riscos, serão beneficiárias da vacina no grupo C e assim deve continuar.”
“As crianças que estão em grupos de risco obviamente que devem ser vacinadas, de acordo com o programa que está estabelecido” pela Direcção-Geral da Saúde, refere.
Para o pediatra, o programa é bastante abrangente em relação aos grupos de risco e não há nenhuma necessidade de rever o plano de vacinação.
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