sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Portugal: População residente no país em estagnação, diz INE

A população residente em Portugal cresceu 0,09%, o que representa uma situação de quase estagnação, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2008.

Segundo o Anuário Estatístico Regional, a população residente em território nacional foi estimada em mais de 10,6 milhões de habitantes, com Lisboa e Algarve a registar algum crescimento (0,86% e 0,39%, respectivamente). Em oposição, o Alentejo e o Centro foram as duas únicas zonas a mostrar um decréscimo populacional.

O documento revela ainda que, em termos infra-regionais, regista-se o aumento da população nas zonas do litoral, sobretudo em Sesimbra, Alcochete e Mafra, que apresentam um valor acima dos três por cento. As migrações internas e internacionais são as razões invocadas no documento para justificar este crescimento.

O decréscimo populacional, por outro lado, foi generalizado nos municípios do interior, devido "a resultados negativos da taxa de crescimento natural", como refere o anuário.

A taxa bruta de nupcialidade situou-se nos 4,1%, o que representou uma diminuição face aos 4,4% registados em 2007. Esta tendência ocorreu por quase todo o país, com excepção da Região Autónoma dos Açores e o Norte, que apresentam as únicas taxas de casamentos superiores à média nacional.

No que respeita à Educação, no ano lectivo 2007/08 a taxa de pré-escolarização foi de 79,9% revelando, assim, uma tendência de crescimento já registada ao longo dos últimos 17 anos. Vila Velha de Ródão, Penamacor e Porto são os concelhos que atingiram os níveis mais elevados, com taxas a ultrapassar os 130%. Segundo o relatório, esta taxa pode significar que alunos de outros concelhos são matriculados em municípios com taxas de atracção elevada em termos de população empregada.

O estudo adianta também que a taxa de retenção e desistência do ensino básico, no ano lectivo de 2007/2008, foi de 7,9%, "o que representa uma redução significativa relativamente aos 10,1% verificados no ano lectivo anterior". Em termos territoriais, os valores mais elevados situam-se a sul do país, nas sub-regiões Alentejo Litoral, Península de Setúbal e Algarve, e em alguns municípios do Interior Centro e Norte.

Na "radiografia territorial" realizada pelo INE é ainda abordada a subida de 3,4% da capacidade de alojamento por habitante, com os acréscimos a serem mais expressivos no Norte (6,6%), na Região Autónoma da Madeira (4,2%) e no Centro (3,7%).

Ainda no âmbito do turismo, os cidadãos estrangeiros correspondiam a mais de metade (53 por cento) dos hóspedes em estabelecimentos hoteleiros nacionais, em particular nos municípios do Litoral continental e na da ilha da Madeira. No Algarve, quase todos as autarquias receberam turistas estrangeiros, o mesmo acontecendo com o concelho de Ourém, situação que se explica pela proximidade ao Santuário de Fátima.

Os níveis de criminalidade registados em território nacional foram também objecto de análise, com o INE a referenciar a existência de 400 mil crimes só em 2007, o que representou um decréscimo inferior a um por cento relativamente ao ano anterior, e uma taxa de criminalidade na ordem dos 37,7%.

O Algarve foi a região que registou a maior taxa de criminalidade em 2007 (65,5%), além se ter verificado uma maior incidência do número de crimes por habitante nos municípios mais urbanos, como Lisboa (79%), Porto (68%) e Ponta Delgada (65%). As taxas mais baixas registaram-se nos municípios do interior das regiões Centro e Alentejo, e ainda em algumas zonas dos Açores.

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