Eurodeputados de vários países e famílias políticas, entre os quais as socialistas Ana Gomes e Elisa Ferreira e os três eleitos do Bloco de Esquerda, apelaram hoje à nomeação de uma outsider para presidente do Conselho da União Europeia, Mary Robinson.
O apoio à antiga presidente irlandesa surge num "apelo" subscrito por três dezenas de deputados europeus, divulgado em Bruxelas a dois dias de os chefes de Estado e de Governo da UE se reunirem, quinta-feira na capital belga, para decidirem quem ocupará os dois novos altos cargos criados pelo Tratado de Lisboa, o de presidente do Conselho e Alto Representante ("ministro") dos Negócios Estrangeiros europeu.
A declaração é assinada por 30 deputados, entre os quais Ana Gomes, Elisa Ferreira, Marisa Matias, Miguel Portas e Rui Tavares.
Reconhecendo que a designação do presidente do Conselho é da exclusiva competência do próprio Conselho (Estados-membros), os eurodeputados afirmam que o Parlamento tem no entanto a responsabilidade de agir como voz da sociedade civil, e sustentam que esta é cada vez mais favorável à escolha da ex-presidente irlandesa e antiga Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
De acordo com os eurodeputados, Mary Robinson tem as qualidades necessárias para desempenhar o cargo, tendo já demonstrado ao longo da sua carreira poder de liderança, visão estratégia e capacidade de gerar consensos.
Esta manifestação de apoio ocorre numa altura em que cada vez mais vozes se ouvem em Bruxelas a favor da designação de uma mulher para um dos cargos, embora a questão da igualdade de género não seja referida na declaração.
Quarta-feira, várias eurodeputadas vão manifestar-se junto à sede do Conselho Europeu, em Bruxelas, numa acção de protesto por as negociações que estão a ser levadas a cabo "à porta fechada" aparentemente não contemplarem seriamente candidatas femininas.
A dois dias da cimeira informal, o primeiro-ministro belga Herman Van Rompuy continua a ser apontado como o favorito a ocupar o novo cargo de presidente do Conselho.
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