O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou que a entrada em vigor do Tratado da União Europeia (UE) premeia a aposta política que o Governo português fez para a sua concretização e recompensa o longo trabalho da diplomacia nacional.
José Sócrates falava em São Bento, na sequência do anúncio feito na terça-feira pelo presidente checo, Vaclav Klaus, de que assinou o Tratado de Lisboa, depois de o Tribunal Constitucional do seu país ter considerado o texto em conformidade com a Constituição.
"O Tratado de Lisboa foi uma das prioridades da Presidência portuguesa da União Europeia em 2007. Batemo-nos por esse acordo político, foi uma negociação difícil e um árduo caminho, mas valeu a pena. A entrada em vigor do Tratado de Lisboa premeia a aposta política que Portugal fez e recompensa o longo trabalho que a diplomacia portuguesa realizou durante a presidência", sustentou o primeiro-ministro.
Na sua declaração, sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, José Sócrates referiu que, com a ratificação da República Checa, conclui-se o processo para a entrada em vigor do Tratado de Lisboa".
"Como português, como europeu e como primeiro-ministro é com orgulho que vejo o nome da nossa capital, Lisboa, associado ao novo tratado que vai reger os destinos da União Europeia. O Tratado de Lisboa abre um novo ciclo para a Europa e para o projecto europeu", sustentou o chefe do Governo português.
Segundo Sócrates, a entrada em vigor do tratado "põe fim ao impasse institucional que a União Europeia viveu nos últimos anos".
"Teremos agora uma Europa com mais capacidade, uma Europa mais democrática, uma Europa com melhores condições para afirmar a sua voz, a sua presença e os seus valores no mundo global", advogou também o primeiro-ministro português.
Para José Sócrates, Portugal "sempre se bateu por uma Europa mais forte", condição que disse ser essencial para se construir "um mundo melhor".
"O projecto europeu é sem dúvida um dos mais generosos, mais decisivos e m ais importantes do nosso tempo. Orgulho-me do contributo que o Governo português pôde dar para a afirmação da Europa e para uma nova ambição do projecto europeu", salientou.
Caiu o último obstáculo ao Tratado de Lisboa
O presidente checo, o euro-céptico Vaclav Klaus, que sempre se opôs ao Tratado de Lisboa, ratificou finalmente o documento na terça-feira pelas 15h, depois de o Conselho de Estado da República Checa ter anunciado na manhã de ontem que o documento não era anti-constitucional.
A República Checa era o único dos 27 Estado-membros da UE que ainda não tinha ratificado o Tratado de Lisboa.
Caiu assim o último obstáculo a que este entre agora em vigor, o que pode acontecer já a 1 de Dezembro próximo, caso os 27 governos da UE assim o decidam.
Luxemburgo pode perder primeiro-ministro em Janeiro
Um dos cargos que o Tratado de Lisboa prevê é o de presidente do Conselho da UE, que deverá entrar em funções em Janeiro de 2010.
Um dos candidatos em liça para esse posto é o primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker. Há outras candidatos que se perfilam, mas caso Juncker, que já confirmou que aceitaria o convite se este lhe fosse endereçado, o Luxemburgo pode vir a perder o seu primeiro-ministro já em Janeiro.
Como ele próprio referiu numa entrevista ao Luxemburger Wort, há uma semana, nas últimas eleições ele não prometeu que não deixaria o Governo para trocar o Luxemburgo por Bruxelas, como o fizera em 2004. desta vez não tem promessas por cumprir e este é um cargo que há anos Juncker ambiciona.
Quem sucederá a Juncker? Frieden, Biltgen?
Sem comentários:
Enviar um comentário