"Não descansaremos até acharmos todos os envolvidos no ataque. Esta é uma séria recordação dos riscos que corremos e daqueles que ameaçam a nossa casa", afirmou hoje, em declaração ao país a partir de Honolulu, no Havaí, onde passa as festas de fim de ano.
"O ataque poderia ter matado quase 300 civis e tripulantes, civis inocentes que queriam celebrar as festas com seus familiares", salientou.
A organização terrorista Al-Qaeda reivindicou hoje a tentativa de atentado, alegadamente como vingança pelas agressões contra si levadas a cabo por Washington no Iémen.
De acordo com um comunicado publicado na Internet por uma divisão regional da rede, o passageiro terrorista, identificado como Umar Faruk al-Nigiri, estava na posse de um "artefacto tecnologicamente avançado", mas, devido a "falha técnica", o explosivo não detonou.
Na sua declaração, Obama não se referiu expressamente ao comunicado da organização terrorista, mas afirmou ter acompanhado a situação através do secretário de Justiça, Eric Holder, da secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, e dos seus próprios conselheiros de Segurança.
Obama ordenou ainda que fossem revistas e alargadas as medidas de segurança no país "para proteger todos os passageiros" e pediu propostas de reforço do sistema e que se determine a falha que permitiu que o terrorista transitasse em aeroportos e entrasse no avião com explosivos.
A polícia federal norte-americana recebeu ordens para colaborar na investigação e aceder aos aviões que deixam e chegam aos Estados Unidos.
"São passos imediatos para garantir que todos os aviões tenham segurança e aterrem em condições de segurança", afirmou Obama.
Umar Faruk Abdul Mutallab, de 23 anos, constava da lista norte-americana de suspeitos de actos terroristas, que tem cerca de 500 mil nomes, mas não no grupo dos que são monitorizados, facto a que o presidente norte-americano também aludiu na sua intervenção.
"É importante prevenir futuros ataques e rever a lista de suspeitos de terrorismo para que não entrem nos Estados Unidos", disse.
Obama salientou ainda a sua determinação no combate a grupos terroristas no estrangeiro. "Aqueles que matam os nossos cidadãos devem saber que não só fortaleceremos a segurança nacional, mas o combate aos terroristas no Afeganistão, na Somália e onde quer que estejam aqueles planeando contra a nossa segurança e a sociedade que valorizamos", afirmou.
A reivindicação do braço da rede terrorista na Península Arábica contraria a versão inicial dos investigadores de que o nigeriano Umar Faruk Abdul Mutallab agiu sozinho na tentativa de fazer explodir o voo 253 da Delta-Northwest Airlines, quando sobrevoava a cidade norte-americana de Detroit, no último dia 25.
O comunicado foi divulgado junto com uma foto de Abdul Mutallab, que é descrito pela Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP) como "irmão nigeriano".
Afirma ainda que o terrorista destruiu o "grande mito" da inteligência americana, ao ultrapassar todas as barreiras de segurança. O nigeriano terá embarcado com visto norte-americano válido.
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