Michel Feit, director técnico da Federação Luxemburguesa de Karaté, demitiu-se do cargo na sequência de uma polémica causada pela não convocação de Séverine da Fonte para o Campeonato do Mundo disputados em Rabat (Marrocos), no mês de Novembro.
Os maus resultados da equipa luxemburguesa de karaté nos mundiais de Rabat foram a gota de àgua na contestação ao trabalho de Michel Feit, director técnico da selecção nacional. Ainda por cima, quando deixou no Luxemburgo a jovem luso-descendente Séverine da Fonte que se tinha sagrado vice campeã da Europa na categoria de -48 kg, em Janeiro deste ano, em Paris.
A jovem, de 17 anos, foi convocada a 19 de Outubro para o Mundial em Rabat, mas foi depois afastada muito perto da competição.
"A minha filha foi excluída pelo seleccionador que ameaçou a federação dizendo que se demitia caso ela fizesse parte da viagem a Marrocos. Este tipo de chantagem é inadmissível", protestou a mãe da karateca, Aline da Fonte, em entrevista ao jornal La Voix du Luxembourg.
"A federação anulou a convocatória da Séverine e reembolsou-nos o dinheiro dos bilhetes de avião e o hotel que já tinhamos pago. Mas a história não fica por aqui. Queremos que as pessoas envolvidas nos prestem explicações, Michel Feit, director técnico, e o treinador Gilles Cherdieux", revelou Aline da Fonte.
A situação constituiu um tremendo choque para a jovem karateca do KC Differdange, que entretanto deixou de treinar com a selecção nacional.
"Depois de Michel Feit e Gilles Cherdieux me terem confirmado a convocação para participar nos Mundiais em Marrocos, excluiram-me dias depois alegando que eu sofria de uma lesão e que tinha falta de motivação", explica Séverine em entrevista concedida também à Voix du Luxembourg.
"O mais grave foi nunca me terem dado qualquer satisfação e de ter sabido de tudo pelo Faceboock . Ainda participei numa competição internacional em Kayl, onde fiquei no segundo lugar, o que prova que eu não estava lesionada", disse a jovem karateca.
Quanto à demissão de Michel Feit, Séverine da Fonte não se mostrou surpreendida.
"Já era tempo de passar o testemunho. Ele sempre se preocupou em defender sistematicamente o seu clube (Walferdange). A sua demissão foi boa para o karaté luxemburguês. Sei que outras pessoas partilham da minha opinião", rematou a jovem luso-descendente que actualmente treina com o Longwy, o KC Differdange, e a selecção da Lorraine, em França.
Á. Cruz
Foto: Paulo Bastos
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