No âmbito do relatório anual sobre trabalho e coesão social, o Statec também analisou o interesse e a confiança que os cidadãos do país dão à política. Através de dados de 2001 a 2004 provenientes da European Social Survey (Sondagem Social Europeia), o instituto de estatísticas luxemburguês revela o pouco empenho cívico da população do Grão-Ducado em geral e dos jovens em particular.
Apesar de 43 % dos cidadãos do país declararem estar interessados na política, apenas 37,4 % confessam confiar nos políticos. Uma percentagem que varia segundo a idade. Assim, são os jovens que se interessam menos pela política, já que apenas 27 % dos 15 aos 24 anos afirmam estar interessados. No entanto, dos 45 aos 54 anos, praticamente 60 % da população confirma ter interesse pelas actividades do Governo.
Números que podem não surpreender à primeira vista, mas que levantam a questão do lugar da educação cívica e que sugerem que cursos intensivos programados bastante cedo no percurso escolar poderiam melhorar a situação.
Outro parâmetro do qual depende o interesse na política é o meio social. Consequentemente, quando apenas 34 % dos trabalhadores manuais manifestam algum interesse pelo mundo político, 65 % dos quadros dirigentes de grandes empresas afirmam sentir-se implicados. Estas percentagens confirmam-se ainda quando considerado o nível de estudos da população. Apenas 32 % dos que têm um nível de estudos baixo se interessa pela política, contra 64 % dos que frequentaram estudos superiores, provando assim a importância da educação relativamente ao interesse que os indivíduos têm pela política.
Apesar de os resultados parecerem baixos, situam-se cerca de 10 % acima da média da União Europeia (UE-15). A maior diferença situa-se no nível de confiança que os estrangeiros têm nas instituições luxemburguesas em relação aos próprios luxemburgueses. É notável constatar que 65 % dos estrangeiros confia no Governo e na administração pública, contra apenas 52 % dos nacionais.
Outro parâmetro que não pode ser ignorado é a questão da democracia no Luxemburgo. Apesar do voto ser obrigatório, apenas 56 % da população, praticamente um residente sobre dois, tem o direito de voto nas eleições nacionais e pode participar na formação do Governo.
Pedro Castilho
Foto: Serge Waldbillig
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