Cada português consome, durante a época natalícia, um terço dos seis quilos de bacalhau que come durante todo o ano, o qual é proveniente do Atlântico Norte e do Pacífico.
Dados da Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB) avançados à agência Lusa revelam que cada português consome, em média, seis quilos de bacalhau salgado seco por ano. Quase um terço (30 por cento) é consumido durante a época natalícia, segundo o secretário-geral da AIB, Paulo Mónica.
Esta é uma época em que as preferências dos portugueses em relação ao fiel amigo se alteram, o que se deve a um certo desafogamento financeiro.
No Natal, os portugueses “estão dispostos a pagar um pouco mais por um produto que lhes garanta um bom resultado na mesa”.
O preço do bacalhau depende de vários factores: “Desde logo, do tamanho do peixe. Peixes maiores correspondem a um preço mais elevado”, explicou Paulo Mónica.
“O tempo de cura (período em que o peixe está em contacto com o sal até estar pronto para sair para o mercado) tem, igualmente, influência no preço”, disse o secretário-geral da AIP, explicando que “tempos de cura maiores correspondem a preços mais elevados”.
Esta disponibilidade financeira dos portugueses para o bacalhau durante o Natal não corresponde, contudo, à registada durante o resto do ano.
Isto porque se tem verificado “uma procura crescente por produto com baixo preço, provavelmente como reflexo da crise que se vive”.
Já “o segmento de mercado que procura e valoriza a qualidade mantém-se estável”.
Dados da AIB indicam que, em 2008, o consumo de bacalhau no mercado nacional rondou as 58 mil toneladas.
No corrente ano, os preços da matéria-prima caíram cerca de 30 por cento relativamente a 2008.
A AIB estima que este ano haverá “um crescimento tímido no consumo, em grande medida devido à quebra dos preços relativamente a 2008”.
Contudo, Paulo Mónica refere que “convém não esquecer que a actual conjuntura económico-financeira das famílias tem um forte impacto, também, ao nível do consumo de bens alimentares, bacalhau incluído”.
Em 2008 e 2009, o valor do mercado nacional de bacalhau rondou os 500 milhões de euros.
A origem do bacalhau que os portugueses consomem é o Atlântico Norte (nas águas da Rússia, Islândia, Noruega e Canadá) e o Pacífico (Alasca, Estados Unidos da América).
O bacalhau salgado seco representa cerca de 80 por cento das vendas em Portugal, seguindo-se o demolhado ultracongelado (perto de 20 por cento).
Já a venda de bacalhau fresco é “absolutamente residual”, segundo Paulo Mónica.
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