Para o professor poder avaliar os progressos do aluno, o Ensino Fundamental está organizado em função do trimestre e não do fim do ano e baseia-se sobretudo no desenvolvimento de competências. Os alunos são avaliados em disciplinas como alemão, francês, luxemburguês, matemática, ciências, expressão corporal, psicomotricidade, desporto e saúde, e para cada uma dessas disciplinas estão definidos objectivos que cada aluno deverá atingir ao longo de dois anos, ou seja, ao longo de um ciclo.
Espera-se que no final desse ciclo o aluno tenha desenvolvido um conjunto de "competências específicas" de cada uma das disciplinas. Paralelamente, os pais recebem ainda informação sobre as "competências transversais" dos seus filhos adquiridas ao longo desse tempo. Estas competências transversais mostram, entre outros aspectos, a atitude do aluno perante o trabalho, a sua motivação, o respeito pelos outros ou o cuidado na apresentação dos trabalhos.
As técnicas para avaliar estas competências podem ser desde trabalhos realizados na sala de aula a testes de papel e lápis, a análise de trabalhos realizados, passando pela observação do aluno nas diferentes actividades de aprendizagem, mas pode ainda compreender outro tipo de informação que o professor achar pertinente.
Num primeiro balanço da aplicação da nova Escola Fundamental, a ministra reconhece que "há sinais de pânico entre os professores", mas que não está "muito preocupada".
Mady Delvaux-Stehres garante que tem em consideração as queixas dos professores, mas que "Roma e Pavia não se fizeram num dia" e que "há que dar tempo a que os professores se familiarizem com o novo sistema".
A Escola Fundamental revolucionou por completo o sistema de ensino do Luxemburgo cuja regulamentação datava de uma lei de 1912. "Não queremos construir um novo edifício, mas antes reorganizá-lo de forma a estimular as capacidades dos alunos", garante a ministra.
As avaliações intercalares não são portanto, continua a ministra, "um fim em si mesmo, mas um meio para melhor apoiar o desenvolvimento da criança." E a ministra aproveita para recordar as mudanças: "Antes desta reforma, os professores concentravam-se sobretudo no conteúdo do currículo, através da partilha do conhecimento, ao longo do ano; agora, mesmo que haja um programa formal que deve ser respeitado, o professor tem que ter em consideração, sobretudo, a evolução das competências da criança. As necessidades individuais também são estimuladas. Cada criança deve realizar um conjunto mínimo de competências estabelecidas pelo currículo. As crianças que já atingiram esse objectivo são incentivados a chegar a um nível mais avançado".
Com a introdução do novo modelo escolar, também foi revisto o tradicional boletim formulado a partir da média das notas. O sistema antigo não revelava o progresso ou a regressão de uma criança. Contudo, afirma a ministra, "o sistema de pontos e de médias continua a ser um instrumento interessante para seleccionar os alunos nos graus mais elevados do ensino e por isso não o vamos abolir até ao final dos estudos do secundário (bac)", garante a ministra.
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