O cientista Alberto Ralha, que foi secretário de Estado do Ensino Superior do 11.º Governo, presidido por Cavaco Silva, morreu hoje na sua casa na Costa da Caparica, aos 88 anos.
Licenciado em Farmácia, Alberto Ralha foi o primeiro director do Laboratório Nacional da Polícia Científica, entre 1957 e o início da década de 1970.
A carreira de Alberto Ralha no sector da educação começou no início na década de 1970, quando liderou o Secretariado da Reforma Educativa, que o então ministro da Educação, Veiga Simão, tinha entretanto criado.
O 25 de Abril de 1974 encontrou Alberto Ralha como director-geral do Ensino Superior. Entre 1963 e 1974, pertenceu também ao Conselho Consultivo de Ciência da Fundação Gulbenkian e ao grupo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que estudava as necessidades de investigação científica e técnica para incentivar o desenvolvimento económico.
Filho do dono de uma farmácia em Lisboa, Alberto Ralha foi bastonário da Ordem dos Farmacêuticos entre 1980 e 1983. Entre Março de 1984 e Dezembro de 1986 assume o cargo de presidente do Instituto Nacional de Investigação Científica.
Depois de ter sido secretário de Estado do Ensino Superior no Governo de Pinto Balsemão, Ralha voltou ao cargo aos 66 anos, tornando-se, em 1987 secretário de Estado do Ensino Superior, quando Roberto Carneiro era ministro da Educação e Cavaco Silva primeiro-ministro.
Com a saída do executivo de Cavaco Silva, António Ralha passa a presidente da Comissão Nacional do Programa para o Desenvolvimento Educativo em Portugal, até 1994.
A carreira de Alberto Ralha passou também pelo sector privado, tendo o cientista sido, entre 1949 e 1970, director de investigação e desenvolvimento do Laboratório Normal, que a multinacional farmacêutica Ciba-Geigy veio mais tarde a absorver.
Licenciado em Farmácia pela Universidade de Lisboa em 1943, Ralha foi professor de Química Orgânica Farmacêutica na mesma universidade, numa carreira académica que o viu frequentar, mal acabou a Segunda Guerra Mundial, as universidades de Madrid, Zurique e Basileia, para além do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), em 1953.
Casado com Isaura Xavier Ralha, já falecida, António Ralha teve dois filhos - o pintor e designer José Manuel Ralha (também já falecido) e a professora universitária Maria Helena Ralha Simões, para além de cinco netos e dois bisnetos.
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