"Quem não quer negociar diz que o outro não quer negociar. Eu quero negociar mas coloco as coisas de uma forma muito simples", afirmou José Sócrates, sublinhando que "não pode haver um Orçamento do Governo e outro da oposição", após a sessão de abertura de um simpósio internacional na Escola Militar, em Paris.
"Há muitos partidos que se entretêm apenas com as acusações em vez de argumentarem. Isso é julgarem as intenções de cada um. Eu não julgo as intenções dos partidos", respondeu também o primeiro-ministro.
José Sócrates garantiu também que qualquer negociação sobre o OE será feita dentro "dos limites de responsabilidade".
"Não farei nada que possa pôr em causa a credibilidade internacional do Estado português, que se reflecte nos prémios de risco e na aceitação que tem tido a nossa dívida soberana", explicou o primeiro-ministro português.
No entanto, José Sócrates manifestou-se confiante de que "vai ser possível chegar a uma convergência" sobre o orçamento do próximo ano.
"Desde que fui eleito, tenho-me esforçado por isso", sublinhou o primeiro-ministro, lembrando que em 2009 o executivo teve de fazer face "à maior crise dos últimos 80 anos".
O chefe do Governo sublinhou, contudo, que "o cenário hoje é bem diferente" mas que é prematuro falar no fim da crise: "Todas as perspectivas catastrofistas, podemos pô-las de lado, mas a verdade é que enfrentamos problemas, como todo o mundo enfrenta".
"Os partidos não deixarão de considerar a situação internacional, num diálogo que permita realizar um orçamento que ajude à recuperação económica, que mantenha a ajuda às empresas, às famílias e aos mais desfavorecidos, mas que contribua para a recuperação económica", declarou ainda José Sócrates.
O primeiro-ministro encontra-se hoje com o seu homólogo francês, François Fillon, e com o Presidente francês Nicolas Sarkozy.
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