quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Portugal/OE 2010: Sócrates acredita em convergência com oposição mas avisa que "país não pode viver com dois orçamentos"

O primeiro-ministro José Sócrates declarou-se hoje disponível para negociar o Orçamento de Estado para 2010 com a oposição e acredita que vai ser possível uma convergência, mas alertou que "o país não pode viver com dois orçamentos".

"Quem não quer negociar diz que o outro não quer negociar. Eu quero negociar mas coloco as coisas de uma forma muito simples", afirmou José Sócrates, sublinhando que "não pode haver um Orçamento do Governo e outro da oposição", após a sessão de abertura de um simpósio internacional na Escola Militar, em Paris.

"Há muitos partidos que se entretêm apenas com as acusações em vez de argumentarem. Isso é julgarem as intenções de cada um. Eu não julgo as intenções dos partidos", respondeu também o primeiro-ministro.

José Sócrates garantiu também que qualquer negociação sobre o OE será feita dentro "dos limites de responsabilidade".

"Não farei nada que possa pôr em causa a credibilidade internacional do Estado português, que se reflecte nos prémios de risco e na aceitação que tem tido a nossa dívida soberana", explicou o primeiro-ministro português.

No entanto, José Sócrates manifestou-se confiante de que "vai ser possível chegar a uma convergência" sobre o orçamento do próximo ano.

"Desde que fui eleito, tenho-me esforçado por isso", sublinhou o primeiro-ministro, lembrando que em 2009 o executivo teve de fazer face "à maior crise dos últimos 80 anos".

O chefe do Governo sublinhou, contudo, que "o cenário hoje é bem diferente" mas que é prematuro falar no fim da crise: "Todas as perspectivas catastrofistas, podemos pô-las de lado, mas a verdade é que enfrentamos problemas, como todo o mundo enfrenta".

"Os partidos não deixarão de considerar a situação internacional, num diálogo que permita realizar um orçamento que ajude à recuperação económica, que mantenha a ajuda às empresas, às famílias e aos mais desfavorecidos, mas que contribua para a recuperação económica", declarou ainda José Sócrates.

O primeiro-ministro encontra-se hoje com o seu homólogo francês, François Fillon, e com o Presidente francês Nicolas Sarkozy.

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