O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, destacou hoje as "potencialidades de enriquecimento mútuo" propiciadas pelos gabinetes de apoio ao emigrante, durante a assinatura do protocolo que criou na Mealhada mais uma destas estruturas.
"Há um universo de oportunidades extraordinário para desenvolver e explorar", defendeu o governante na cerimónia nos Paços do Concelho, ao sublinhar que se devem "explorar estas potencialidades de enriquecimento mútuo".
Apoiar os emigrantes que pretendem regressar à terra natal e auxiliar os que querem emigrar são as principais valências do gabinete, criado ao abrigo de um protocolo celebrado hoje entre a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas e o Município da Mealhada (Aveiro).
"Os emigrantes insistem em manter-se ligados a casa, cabe ao Estado criar condições para isso através da língua, da cultura e também no domínio da economia e do tecido empresarial", referiu António Braga, ao salientar o papel do recentemente criado programa Netinvest no "estímulo às parcerias" entre empresários locais e empresários da diáspora.
Para o presidente da Câmara da Mealhada, Carlos Cabral, "a intervenção das autarquias no domínio social é cada vez mais importante".
"Temos intervenções em diversas áreas, faltava-nos sem dúvida o desenvolvimento deste trabalho. Somos um concelho muito especial: numa primeira fase, preocupámo-nos imenso com a imigração, procurámos acolhê-los e integrá-los. Somos também um país de emigrantes. Faltava algo neste município que pudesse estar ao serviço dos que regressam ao país ou dos que, estando no estrangeiro, precisam de contactar com o país de origem", afirmou Carlos Cabral.
De acordo com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, existem já cerca de 90 gabinetes de apoio ao emigrante e mais sete dezenas encontram-se "apalavrados".
"É um serviço de extraordinária oportunidade social, para se integrarem no regresso a Portugal, ou para se informarem quando pretendem sair", sintetizou.
No protocolo hoje assinado lê-se que cerca de 90 por cento dos portugueses que regressam o fazem para a freguesia de onde partiram e que no concelho da Mealhada "sempre se verificou um elevado índice de emigração".
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