Os clientes do Banco Privado Português (BPP) estão mobilizados para fazerem um novo protesto, hoje, terça-feira, e o objectivo é pedir ao Governo a nacionalização dos activos de retorno absoluto.
"A solução justa e equilibrada passa, como já o disse o presidente do BPI [Fernando Ulrich], pelo Estado ficar com o Fundo [Especial de Investimento] e respectivos activos - que até são bons segundo a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Banco Privado Português (BPP) e o Governo - pagando de imediato aos clientes e esperando aqueles 4 anos ou mais para recuperar todo o capital", revelou à agência Lusa Ruy Ribeiro, um dos organizadores do protesto.
De acordo com a mesma fonte, os clientes consideram que "o Estado não morre e pode esperar, ao contrário de muitos clientes vítimas do BPP".
A manifestação terá início às 8h30 (9h30 no Luxemburgo), de forma a aproveitar a entrada de Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal e de Vieira da Silva, ministro da Economia (cujas intervenções decorrerão durante a manhã), mas estender-se-á para a tarde, de forma a apanhar a entrada de Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, que fará o discurso de encerramento da conferência "O Estado e a Competitividade da Economia Portuguesa", no auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Os clientes querem também entregar às autoridades uma carta, a que a Lusa já teve acesso, na qual denunciam um conjunto de alegadas irregularidades que consideram que o BPP tem cometido desde a intervenção do Banco de Portugal.
"Os clientes do BPP do chamado retorno absoluto sentem-se injustiçados face à distinção de que foram alvo ao serem discriminados na afectação do montante de 450 milhões de euros cujo financiamento foi concedido mediante aval do Estado e que serviu para pagar a credores como as Caixas de Crédito Agrícola, Municípios e Bancos Estrangeiros que, num cenário de falência do Banco, nada teriam a receber", lê-se na missiva.
No mesmo documento, os clientes assinalam que "houve, assim, alegadamente, 'favorecimento de credores', pagando-se a uns em detrimento de outros, o que subsume um crime. Mas mais grave ainda foi aquele aval/empréstimo ter sido concedido com penhor de activos do BPP que são de todos credores".
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