O líder parlamentar do PSD, Aguiar-Branco, considerou hoje que cada vez mais se justifica que o primeiro ministro, José Sócrates, preste esclarecimentos sobre as notícias que o envolvem numa alegada tentativa de controlo da comunicação social.
José Pedro Aguiar-Branco, que anunciou hoje que é candidato à liderança do PSD, falava aos jornalistas no Parlamento, a propósito da edição de hoje do semanário Sol.
"Congratulo-me que o Sol esteja nas bancas e cada vez mais se justifica que o primeiro ministro preste os esclarecimentos necessários ao país para que se restaure a tranquilidade dos portugueses", declarou o líder parlamentar do PSD.
Questionado sobre por quanto tempo mais considera que é sustentável para o Governo a divulgação de notícias sobre uma alegada tentativa de controlo da comunicação social, Aguiar-Branco respondeu que "essa matéria é matéria que o próprio Governo é que deve avaliar".
O conselheiro nacional social democrata e presidente da Câmara Municipal de Cascais António Capucho defendeu hoje, em entrevista à Antena 1, que José Sócrates deveria ser substituído no cargo de primeiro ministro, mantendo-se o PS no Governo, sem que houvesse lugar a novas eleições legislativas.
Questionado sobre esta posição do seu colega de partido, Aguiar-Branco reiterou que, no seu entender, "em relação a esta matéria, o país precisa de esclarecimentos".
"Já várias oportunidades o senhor primeiro ministro teve para o efeito e seria aconselhável que o fizesse, para que se restaurasse a tranquilidade dos portugueses", acrescentou.
A edição de hoje do semanário Sol volta a transcrever extratos do despacho do procurador João Marques Vidal, responsável pelo caso Face Oculta, em que considera haver “indícios muito fortes” do envolvimento do Governo, “nomeadamente o primeiro ministro”, num plano de controlo de vários meios de Comunicação Social, além da TVI.
Do despacho constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor da PT, dois administradores da mesma empresa e o proprietário da Controlinveste, Joaquim Oliveira.
No âmbito do processo Face Oculta, que investiga alegados casos de corrupção relacionados com empresas privadas e do sector empresarial do Estado, foram constituídos 18 arguidos, incluindo Armando Vara, que suspendeu as suas funções de vice-presidente do BCP, e Paulo Penedos.
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