sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Luxemburgo: Novas tecnologias são "más baby-sitters", dizem deputados

O ensino dos meios de comunicação nas escolas esteve em discussão no Parlamento a 3 de Fevereiro. Com base no relatório 2009 da Provedoria da Criança (ORK, i.e. "Ombuds-Comité fir d'Rechter vum Kand"), os deputados debateram os novos caminhos a dar ao ensino dos media.

Proibir o acesso aos telemóveis, à internet ou à televisão às crianças não é solução, concordou a maioria dos deputados. Melhor seria que aprendessem a utilizar os novos meios de comunicação, de forma responsável e crítica.

"Espaço de liberdade e de tempos livres, mas também fonte de saber, os novos meios de comunicação são antes de mais um utensílio, não um fim em si", recordou Mil Majerus, presidente da Comissão Parlamentar da Família (CSV). Sem querer "diabolizar as novas tecnologias", é preciso não esquecer que se trata de "más baby-sitters".

Estimular o espírito crítico das crianças


O deputado fez assim apelo à responsabilização dos pais para não abandonarem os filhos em frente ao pequeno ecrã. É necessário, preconizou, que os pais conheçam os novas ferramentas tecnológicas e tenham consciência dos eventuais perigos. O deputado sugere que para isso se recorra a serviços como a Formação para Adultos e o CASES, estrutura do Ministério da Economia sobre a segurança das novas tecnologias. Majerus defende igualmente que a atenção a ter com as novas tecnologias não deve apenas focalizar-se sobre certas preocupações. A abordagem dos adultos, nomeadamente no âmbito escolar, deve ser aberta e dar lugar ao debate com as crianças.

Para o partido dos Verdes (Déi Gréng), seria preferível abordar o assunto e estimular o espírito crítico dos jovens. "Os professores e educadores devem estar melhor preparados", afirma Eugène Berger, que defende a criação de módulos e formações contínuas sobre a utilização dos media tradicionais e modernos.

Para os Verdes, a escola tem um papel primordial. "Os conhecimentos a transmitir às crianças devem ser parte integrante do plano de estudos, em função dos níveis de competências", reivindica Claude Adam.

Proibição do telemóvel é uma questão de respeito

"Já incluímos o ensino dos novos media nos cursos. A escola fundamental prevê uma abordagem transversal através de todas as matérias", respondeu , por seu lado, a ministra da Educação, Mady Delvaux-Stehres. A ministra anunciou que essa abordagem deverá ser reforçada nos liceus.

Quanto à interdição do telemóvel na escola, "não se deve ver nisso uma oposição às novas tecnologias, mas um meio de impor respeito durante as aulas", explicou a ministra. Em matéria de prevenção dos riscos, a ministra recordou a colaboração com o CASES nas turmas dos ensinos primários e secundário. Trata-se de um desafio duplo: por um lado, evitar que a criança seja vítima ao difundir os seus dados pessoais e, por outro, evitar que não respeite o direito à imagem dos outros.

F. Pinto
Foto: Shutterstock

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