sábado, 6 de fevereiro de 2010

Residentes do Luxemburgo preferem comprar nos países vizinhos - revela estudo

Os habitantes do Grão-Ducado gostam de fazer compras nos outros países da Grande Região (Luxemburgo, Lorena, Valónia, Sarre e Renânia Palatinato), e cada vez mais os não residentes preferem comprar no Luxemburgo.

É a conclusão de um estudo encomendado pela Confederação Luxemburguesa do Comércio (CLC), ao Instituto de sondagens TNS ILReS. Este estudo teve por finalidade avaliar o fluxo de compras na Grande Região e é semelhante ao que foi realizado em 2007 sobre o mesmo assunto. Há três anos que a CLC e o Governo luxemburguês definiram como objectivo tornar o Luxemburgo o pólo de atracção comercial da Grande Região.

Cada vez mais se verifica que os residentes do Grão-Ducado gostam de fazer compras em Trier ou em Metz, verificando-se uma nítida preferência pela Alemanha. Calcula-se que mais de 275 mil pessoas se deslocam regularmente para fazer compras na Grande Região: cerca de 150 mil residentes à Alemanha, 65 mil à Bélgica e 62 mil a França.

Um terço dos inquiridos explica a razão da sua escolha por uma melhor qualidade do serviço de oferta no estrangeiro. Um factor que em termos comparativos com o inquérito realizado em 2007, ganhou outra dimensão. A título de exemplo, enquanto que no inquérito de há três anos apenas 12 % dos residentes invocavam esta razão para explicar a compra de vestuário no estrangeiro, a percentagem subiu agora para os 35 %. "Este facto não se deve por o serviço ter piorado desde então, mas porque os clientes se tornaram mais exigentes", analisa Thierry Nothum, director da CLC.

Embora os residentes gostem de comprar no estrangeiro, os não-residentes têm cada vez mais o hábito de vir ao Luxemburgo fazer compras. Deste modo, 420 mil pessoas que vivem na Alemanha, 490 mil residentes em França e 230 mil que vêm da Bélgica, compram pelo menos uma vez por ano produtos no Luxemburgo. Esta tendência, de acordo com o estudo, está a aumentar. Quanto aos produtos alimentares frescos, o número de clientes alemães e belgas aumentou 50 % em dois anos, enquanto que o número de franceses quase triplicou. Uma tendência que Nothum explica pela campanhas de publicidade efectuadas no estrangeiro (daí a campanha "Shopping in Luxembourg – good idea").

Mas o elemento mais interessante do inquérito reside nas razões invocadas para fazer compras no estrangeiro. Ou seja, quaisquer que sejam os lados da fronteira em que nos situemos, os consumidores estimam que a escolha e os preços são mais interessante no estrangeiro.

O director da CLC evoca "uma impressão subjectiva" da parte do consumidor que leva a acreditar que as compras a fazer são mais interessantes no estrangeiro do que em casa. Segundo este, um cesto de bens equivalentes custa a mesma coisa nos diferentes lados das fronteiras. E Thierry Nothum conclui congratulando-se que "o Luxemburgo está a partir de agora na rota" dos viciados das compras.

No estudo deste ano foram inquiridas cerca de 2.500 pessoas: mil residentes no Luxemburgo, 500 na Alemanha, 500 na Bélgica e 509 em França, todos estes residentes a menos de 30 quilómetros da fronteira luxemburguesa.

Cristina Campos

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