No Luxemburgo, o pessimismo vai lentamente dando lugar ao optimismo no que respeita à situação económica do país, mas a questão do desemprego continua no centro das preocupações da maioria dos residentes.
De acordo com o estudo Eurobarómetro que, durante o Outono de 2009, inquiriu um painel representativo da população luxemburguesa (502 pessoas, 62% de nacionalidade luxemburguesa e 38% oriundas de outros estados membros da EU), o desemprego constitui a principal preocupação no Grão-Ducado. A sondagem foi efectuada em 27 países da União Europeia bem como em 4 países suplementares.
Os residentes luxemburgueses estão satisfeitos (96%) com a vida no Luxemburgo, ocupando o segundo lugar a nível europeu. De acordo com a empresa de sondagens TNS ILRES, 43 % dos inquiridos estão muito satisfeitos e 56%bastante satisfeitos com a vida em geral no Luxemburgo. Só 4% não se consideram muito satisfeitos e a taxa de pessoas nada satisfeitas ronda os 0%. Com uma taxa de satisfação de 96%, o Luxemburgo situa-se logo a seguir à Dinamarca que obteve 98%.
Do ponto de vista da percepção dos luxemburgueses relativamente aos aspectos económicos, e nomeadamente ao desemprego, o cenário muda um pouco. 61% dos inquiridos teme que em termos de emprego, o pior esteja ainda para vir.
52% dos inquiridos consideram que o desemprego é o problema nacional mais importante, mais ainda do que a situação económica, que se situa em segundo lugar no leque das preocupações actuais dos luxemburgueses (29%). Seguem-se depois a subida dos preços (24%), a habitação (21%), o sistema educativo (14%), a insegurança (12%) e as reformas (8%).
Apesar de todos estes problemas, 96% dos inquiridos mostram-se satisfeitos com a vida. Uma percentagem que os coloca à cabeça dos Europeus mais satisfeitos ao lado dos dinamarqueses (98%) e dos Suecos (96%). Os menos contentes são os Búlgaros (38%), os Hungaros (42%), os Romenos (47%) e os Portugueses (53%). Os Belgas situam-se nos 89%, os Alemães, 85%, e os Franceses 82%.
Esta percentagem de satisfação está ligada à situação da economia do país que, de acordo com 77% dos inquiridos é boa, tal como a situação financeira dos lares (91%).
No que diz respeito à situação económica na União Europeia, em relação à edição anterior da sondagem há alguns dados positivos no Outono em 2009 por comparação com os resultados na Primavera de 2009 : a percentagem de inquiridos luxemburgueses preocupados com a situação económica futura da UE desce de 52% para cerca de 39%, ou seja, a taxa de " pessimistas " diminui.
Verifica-se o mesmo sentimento em relação ao emprego, ou seja, houve uma diminuição percentual: 46% dos inquiridos estão pessimistas em relação ao emprego na UE (contra 51% na primavera de 2009 e 57% no outono de 2008) e 9% consideram que a situação financeira do seu lar vai piorar.
Cada vez mais os europeus esperam uma melhoria da conjuntura económica na União e a opinião dos luxemburgueses vai neste sentido. É de salientar que 34% dos luxemburgueses consideram que a UE é a que está em melhores condições para sair da crise. A confiança na instituições europeias aumentou (62% para a UE relativamente aos 55% registados na primavera de 2009) e aumentou também relativamente relativamente à Comissão Europeia (59% em vez dos 53% verificados na primavera).
Ao nível político, a confiança dos luxemburgueses no Governo luxemburguês e na Câmara dos Deputados baixou (uma perda de 9 pontos para 68% no caso do primeiro e uma perda de 8 pontos para 59% no caso do segundo). Esta baixa registada é atribuída ao período pré-eleitoral na opinião de Charles Margue que sublinha que " Os luxemburgueses sabem bem que os meios de que o governo dispõe para enfrentar a crise global são limitados ".
Portugueses pessimistas, mas com uma boa imagem da UE
Os portugueses continuam descontentes com as políticas sociais em Portugal, mas a confiança na União Europeia (UE) aumentou. De acordo com o Eurobarómetro realizado no Outono de 2009, 53% dos portugueses têm uma imagem positiva da UE. Ainda sobre o mesmo tema, a proporção de inquiridos que estão optimistas sobre o futuro da UE aumentou 10% nos últimos seis meses, estabilizando agora nos 60% - valor ainda inferior à média dos 27 estados-membros (66%).
A opinião pública portuguesa continua a ser uma das mais pessimistas da UE. Cerca de 85% dos inquiridos avaliam negativamente o emprego em Portugal. No último inquérito eram 69%. Os assuntos de natureza económica continuam a ser os que mais preocupam os portugueses: o desemprego preocupa 57% dos inquiridos, logo seguido da situação económica e da inflação. Mais de metade dos portugueses (53%) considera que os piores efeitos da crise no mercado de trabalho ainda estão para vir, aproximando-se assim do pessimismo dos restantes estados-membros. Apenas 17% dos portugueses apontam o Governo como aquele que está em melhores condições para lidar com as repercussões da crise financeira, enquanto que 30% pensam na União Europeia como motor para a resolução deste problema.
Contudo, apesar do pessimismo generalizado em relação aos assuntos económicos a maioria dos portugueses (53%) declara-se satisfeita com a vida em geral, mantendo a tendência positiva registada no anterior inquérito.
Cristina Campos
Foto: Guy Wolff & Lusa
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