"Na sua opinião, quais são as melhores baterias?"; Compre baterias Tudor a preços de fábrica, garantidas três anos"; "Baterias náuticas Tudor: a grande fiabilidade"; "Baterias Tudor: a energia ao serviço dos profissionais "... ... ."
Não, não se trata (neen, neen, et geet net drëms) de fazermos desta crónica uma acção de publicidade (eng Publicitéitsaktioun) , mas simplesmente (mee ganz einfach) de relembrar (erënneren) estes reclames (Reklammer) que, desde sempre (zënter éiweg) , vimos (mir gesinn) um pouco por toda a parte (e bëssen iwwerall) , sem saber (ouni ze wëssen) que o inventor (dat den Erfinder) destes acumuladores eléctricos foi um engenheiro luxemburguês! O "segredo" de hoje resume, pois, a história de um homem que revolucionou a electrotécnica.
Os avós maternos de Henri Tudor tinham grandes propriedades agrícolas em Rosport (zu Rouspert) e foi deste modo que no ano de 1843, e vindo do País de Gales, o senhor John Thomas Tudor foi contratado (as ugestallt ginn) pela família Loser para trabalhar (fir ze schaffen) como capataz do senhor Loser. Vindo do sudoeste da Inglaterra, John Tudor trouxe (huet matbruecht) grandes conhecimentos na área da agricultura (am Beräich vun der Landwirtschaft) e da criação de cavalos (Päerdszuucht) – conhecimentos que vai aplicar consciênciosamente para melhorar (fir ze verbesseren) não só as culturas cerealíferas, como também o cultivo da batata (Gromperen) .
Não se sabe bem ao certo (net genau) se entre o empregado e a filha do patrão houve amor à primeira vista, o que é certo (wat secher as) é que em 1850 o "gentleman" inglês casou com a menina Loser (huet d’Joffer Loser bestued). Sem ter alcançado a celebridade que o seu filho irá mais tarde (méi spéit) arrebatar, John Tudor foi um dos promotores da fundação da Sociedade agrícola do Grão-Ducado, tendo sido distinguido com a medalha de Cavaleiro da Ordem da Coroa de Carvalho pelos serviços prestados à agricultura luxemburguesa. Dirigiu não só as várias propriedades agrícolas do sogro (vum Schwéierpapp) situadas no Grão-Ducado, como também geriu outras quintas, situadas tanto na Alemanha (an Däitschland) , como na Bélgica (wéi an der Belsch) . E foi em 1859, quando residia na Alemanha, bem perto (ganz no) da fronteira (Grenz) luxemburguesa, que, após duas meninas (zwee Meedercher) , nasceu Henri – o rapaz tão desejado.
Pouco depois (e bësse méi spéit) a família muda-se (plënnert) para a Bélgica (an d’Belsch) , onde (wou) Henri Tudor irá frequentar a escola (d’Schoul) primária e depois o liceu (de Lycée) de Chimay, prosseguindo os seus estudos (seng Studien) na Escola Politécnica de Bruxelas. Desde logo se interessa pela electrotécnica e pela produção de luz através (duerch) da corrente eléctrica e, em 1882, quando ainda estava a cursar engenharia, construiu (huet gebaut) em Rosport uma instalação de corrente contínua que funcionava com acumuladores que ele mesmo (déi hie selwer) tinha inventado e cuja alimentação eléctrica provinha(koum) de um generador alimentado pela força motriz do moinho (Millen) de Rosport. Estes acumuladores funcionaram nesta localidade (Uertschaft) durante (während) mais de dezasseis anos (méi wie siechzéng Joer).
Os seus processos de investigação científica levaram-no a entrar em contacto com Thomas Edison (grande cientista que afirmava ser detentor de 1093 brevetes de invenção) e que, em 1879, tinha inventado a lâmpada de incandescência. Terá sido provavelmente (wahrscheinlech) a partir desta invenção que Tudor vai tentar utilizar um acumulador que possa "guardar" a energia eléctrica durante os períodos de baixo consumo, para (fir) , depois (duerno) ser redistribuída durante as horas de grande utilização. Henri Tudor casa com Marie-Madeleine Pescatore em 1891 e instala-se definitivamente em Rosport onde (wou) tinha mandado construir uma mansão que os habitantes (d’Awunner) da localidade passaram a chamar "o novo castelo" (d’neit Schlass). Foi em 1884 que inventou uma central eléctrica móvel, alimentada por uma bateria e destinada não só (net nëmmen) aos trabalhos agrícolas (malhagem dos cereais e corte da madeira), mas também (mee och) à iluminação.
Dois anos depois (zwee Joer duerno) constrói em Echternach (zu Iechternach) uma central eléctrica destinada à iluminação doméstica e à iluminação pública, tendo a mansão da família Tudor, em Rosport, sido um dos primeiros (een vun deenen éischten) edifícios (Gebaier) da Europa a beneficiar de luz eléctrica de maneira contínua.
Foi igualmente (et wor och) Henri Tudor quem aperfeiçoou e quem comercializou a primeira bateria de chumbo (aus Bläi) , inventada em 1859 pelo cientista francês Gaston Planté. Foi assim que mandou construir, igualmente em Rosport, a primeira unidade de fabricação desta baterias, tendo, por razões logísticas ligadas à limitada industrialização do país (vum Land) , sido obrigado a deslocalizá-la para outros países (Bélgica, França, Reino Unido e Alemanha). Em 1928, quando faleceu (wéi hie gestuerwen as) com apenas (mat nëmmen) 68 anos de idade, e devido a uma intoxicação ao chumbo, estas fábricas contavam já com 25 mil operários (fënnefanzwanzegdausend Aarbechter) .
Em 1987 (am Joer nonzénghonnertsiwenanachtzeg) foi criado no Luxemburgo (zu Lëtzebuerg) um Centro de Investigação Científica ao qual foi dado o nome deste grande (vun dësem groussen) engenheiro luxemburguês que inventou a "mobilidade" da electricidade.
E, em 2009 (an am Joer zweedausendnéng) , foi criado em Rosport, na sua antiga mansão, o Museu Henri Tudor – um espaço interactivo sobre a electricidade e sobre o acumulador que o cientista inventou (erfonnt huet) . Uma visita interessantíssima tanto para os adultos (Erwuessener) , como para as crianças (Kanner) – um museu onde se pode tocar em tudo e perceber (a verstoen) como é que a electricidade veio revolucionar a nossa vida (onst Liewen) . E, nesta história de invenções e de electricidade, tal como uma "quadratura do círculo" deste percurso de vida, é neste museu que se encontra exposto o primeiro automóvel eléctrico imatriculado (ugemellt) no Luxemburgo.
NB: Valor das letras: v=f; w=v; st=xet (salvo no final de uma palavra!); as=asse; ge=gue; éi=éi; ei=ai; ch=che; mas tem valor de r (no final de uma palavra); z=tz
Maria Januário
(Rubrica de civilização, cultura e língua luxemburguesas, publicada na segunda e na quarta semana de cada mês; Próxima publicação: a 10 de Março)
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