Os alunos das universidades de Aveiro e Coimbra estão a ser convidados para participarem num estudo sobre a influência dos abusos estudantis nos espermatozoides, durante as respetivas festas académicas que se aproximam.
O estudo, que irá abranger os estudantes do sexo masculino, está a ser conduzido pelo Centro de Biologia Celular da Universidade de Aveiro (UA) e pela Ferticentro, uma clínica especializada no tratamento da infertilidade, estando a decorrer atualmente o período de inscrições dos voluntários.
“No fundo isto é uma joint venture entre aqueles que estão no terreno a tratar casais inférteis e a UA, que faz investigação cientifica de ponta e com uma grande experiência nesta área”, disse à agência Lusa, Vladimiro Silva, coordenador do laboratório da Ferticentro.
Os investigadores vão aproveitar a “Semana do Enterro”, que decorre na UA de 23 a 29 de abril, e a “Queima das Fitas”, na Universidade de Coimbra, de 7 a 14 de maio, para avaliar o potencial efeito do álcool e drogas recreativas na formação das células reprodutoras masculinas.
“Temos aqui um grupo de indivíduos, teoricamente saudáveis, que se expõem de uma forma voluntária e extremamente intensa aos efeitos destes agentes tóxicos”, adiantou Vladimiro Silva, aludindo aos habituais exageros da comunidade estudantil nestas festas.
Segundo o responsável, “a qualidade do esperma dos estudantes” será avaliada em três momentos distintos: “a situação de partida, um ponto imediatamente após os festejos e um terceiro ponto em setembro, quando recomeçarem as aulas”.
“Um espermatozoide demora cerca de 75 dias a ser produzido no testículo. Se esperarmos esses três meses vamos apanhar um novo ciclo de espermatozoides, que começaram a ser produzidos já depois dos festejos terem terminado, e poderemos ver se eventuais alterações que tenham ocorrido antes se tornaram ou não permanentes”, explicou o investigador.
A primeira recolha dos espermatozoides irá decorrer entre 19 e 23 de abril, para os alunos da UA, e de 26 a 30 de abril, no caso dos universitários de Coimbra.
Inicialmente, os estudantes terão de se dirigir a locais, que serão posteriormente divulgados, para receber um kit que inclui informações sobre o estudo, um questionário, para identificar o número de dias de abstinência sexual e o estilo de vida dos participantes, e dois frascos para fazer a recolha.
O coordenador do laboratório da Ferticentro esclareceu ainda que a recolha dos espermatozoides será feita em casa de cada participante, prometendo para os próximos dias a divulgação dos “aspetos logísticos”.
O estudo, de acordo com os seus responsáveis, está a suscitar “um enorme interesse”, tendo sido recebidas dezenas de inscrições nos primeiros dias. “Gostávamos de conseguir pelo menos 200 amostras”, assume Vladimiro Silva, que garante que o estudo é anónimo e confidencial.
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