A imprensa grega estava hoje dividida entre a “cólera” e a “inquietação” face ao futuro da Grécia, depois de três pessoas terem morrido quarta feira à margem de uma grande manifestação em Atenas contra as medidas de austeridade.
“Cólera e inquietação depois do crime” é o título do Ta Nea (pró governo). “Os protestos transformaram-se em violência, as liberdades foram esmagadas pela arbitragem e a ilegalidade (…). Chegou a hora de pôr termo a essas aberrações, a responsabilidade pertence aos partidos e aos sindicatos”, defende o editorial do jornal.
O Elefthérotypia (esquerda independente) sublinha que "a cólera dos trabalhadores contra as medias económicas (…) enviou a todos a mensagem segundo a qual as medidas de austeridade são injustas e anti-sociais”.
Mas “a manifestação de cólera em Atenas foi ensombrada pela morte horrível de três pessoas”, adianta o jornal. “O país encontra-se num momento particular da sua história (…). O governo e todas as forças políticas têm a responsabilidade principal de tudo o que pode vir a seguir”.
“É a hora da responsabilidade para todos”, considera também o jornal Ethnos (esquerda popular). A morte de três empregados bancários “é um novo golpe contra a imagem do país no estrangeiro. Já se prevê que as consequências sobre o fluxo turístico sejam importantes”, afirma o jornal.
O jornal económico Navtemporiki também teme que “a explosão da violência desvairada traga um golpe à Grécia”.
O Elefthéros Typos (direita) acusa a polícia de ter "deixado Atenas à mercê dos assassinos”.
O título da primeira página do Kathimérini (centro direita) é “A abominável violência provoca um choque”. O jornal afirma que a morte de três pessoas, os incidentes e os incêndios “ensombraram a grande mobilização mas também estenderam o clima de insegurança dominante”.
A Grécia “encontrou-se ontem no centro da atenção internacional. Ninguém pode prever como as coisas vão evoluir a partir de agora”, refere o To Vima (centro esquerda).
Foto: Arquivo LW
Sem comentários:
Enviar um comentário