As 16 economias da zona euro vão crescer 1,3 por cento este ano e abrandar para os 0,9 em 2011, ficando sempre a menos de metade do ritmo mundial até 2012, prevê um relatório da Economist Intelligence Unit (EIU).
No relatório sobre as "Previsões Mundiais" feito pela unidade de análise económica da revista 'The Economist', a que a Lusa teve acesso, os especialistas antecipam um crescimento mundial de 3,2 por cento, este ano, e de 2,4 por cento no ano seguinte.
O abrandamento, no entanto, não deverá fazer com que a economia entre novamente em recessão, o que significa que deverá "muito provavelmente" evitar o chamado 'double dip' (crescimento a seguir a uma recessão, seguido de nova contração da economia).
Para a zona euro, as previsões apontam para um crescimento de 1,3 por cento este ano, seguido de um abrandamento para 0,9 por cento em 2011 e de nova aceleração para 1,3 por cento em 2012, o que contrasta com o ritmo de crescimento à volta dos 3 por cento antes da crise, nos anos de 2005 a 2007 (com subidas de 3,6 por cento, 3 por cento e 2,7 por cento, respetivamente).
De acordo com os analistas da EIU, “a recuperação económica mundial está a enfraquecer”, motivada pelo início da retirada dos estímulos orçamentais, que "estão a perder a força em muitos países", e pelos "recentes acontecimentos em países como a China e os Estados Unidos [que] dão sinais de preocupação”.
Apesar da EIU prever um crescimento do Produto mundial de 3,2 por cento em 2010, em 2011 este cairá para 2,4 por cento, acelerando novamente em 2012 para os 2,9 por cento.
As estimativas de crescimento para a zona euro são justificadas pelos analistas com o facto de a economia alemã ter apresentado um crescimento "espetacular" no segundo trimestre deste ano, de 2,2 por cento em cadeia, o que impulsionou o crescimento da Zona Euro, mas “este ritmo não será sustentado”, afirmam.
A política de rigor orçamental seguida pela generalidade dos Governos ocidentais, aliada a um conjunto de medidas de austeridade para equilibrar os défices das contas públicas, está a motivar uma retração do consumo, o que fará o crescimento económico abrandar, afirmam os economistas da EIU.
O grupo de analistas dá o exemplo dos Estados Unidos, onde a economia, apesar de ter recuperado na segunda metade do ano passado, deve abrandar este ano, levando a EIU a prever um crescimento de 2,8 por cento em 2010 e um forte abrandamento para 1,5 no ano seguinte, e nova correção em alta para 2 por cento em 2012.
Já a economia chinesa, classificada pelos analistas como “o mais importante motor do crescimento global", está também a decair, numa altura em que "o governo tenta pôr termo à bolha imobiliária que o pacote de estímulo económico ajudou a criar”.
Assim, os analistas sublinham que a economia mundial beneficiou "desde meados de 2009" da combinação entre os estímulos orçamentais delineados pelos Estados e as "reposição de inventários a curto prazo [nas empresas]" e concluem que "o crescimento vai abrandar quando estes dois fatores, como já está a acontecer em muitos países, forem eliminados".
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