O presidente do Fundo de Compensação da Segurança (FDC) Social, Robert Kieffer, afirmou ontem desconhecer qualquer ligação da instituição com fabricantes de bombas de fragmentação.
Recorde-se que anteontem numa questão parlamentar, o deputado do "Déi Lénk" ("A Esquerda"), André Hoffman, acusou o FDC de possuir acções de seis grandes companhias produtoras dos referidos artefactos explosivos (a Lockheed Martin, entre outras), no valor de 800 mil euros.
Para Hoffman, a situação é paradoxal visto que o Luxemburgo ratificou em 2009 a convenção internacional contra a utilização deste tipo de armas, assinada em Oslo a 3 de Dezembro de 2008 e em vigor desde 1 de Agosto deste ano.
"Esta questão parlamentar suscitou a minha atenção perante um problema que desconhecia. É claro que ouvi falar dos acordos de Oslo, mas não tinha consciência da ligação com a nossa instituição", assegurou o presidente do FDC, Robert Kieffer, em declarações ao diário "Le Quotidien".
Robert Kieffer explica que o FDC investiu conscientemente em duas sociedades, nomeadamente na SES Astra (empresa de satélites) e na Société nationale d'habitation bon marché (empresa especializada na construção e venda de habitações.
"Em relação às outras, criámos uma SICAV (sociedade de investimento de capital variável) que contém treze compartimentos administrados por gestores de fortuna no estrangeiro. São eles que depois compram acções, obrigações e outros fundos monetários", justifica Kieffer.
"Não conhecia o nome dessas empresas nem a sua ligação com bombas de fragmentação. Logo, não aumentámos conscientemente o volume dessas acções entre 2008 e 2009", frisa.
Robert Kieffer garante que os juristas do FDC foram alertados, sublinhando que vai ser elaborada "uma lista negra".
"Não temos nenhum interesse em não seguir o Parlamento, uma vez que essas acções não são mais rentáveis do que outras", considera Kieffer.
"O 'Déi Lénk' levantou um verdadeiro problema, o qual iremos tratar", assevera o presidente do FDC.
Foto: Anouk Antony
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