O intérprete da última adaptação cinematográfica daquele clássico da banda desenhada, Christian Bale (na foto), é o protagonista do novo filme de Zhang Yimou, um dos mais conhecidos cineastas chineses e aclamado encenador das cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Chama-se “Heróis de Nanjing” e passa-se durante a brutal ocupação japonesa da China, em 1937.
É uma das mais caras super-produções do cinema chinês, com um orçamento de 600 milhões de yuan (cerca de 68 milhões de euros) e além de Bale, conta com a equipa de efeitos especiais que fez “The Dark Knight” (2008), o filme onde aquele actor faz o papel de Batman.
No filme de Zhang Yimou, Bale é um padre americano que fica encurralado na sua igreja com treze prostitutas e um grupo de estudantes de uma escola feminina, quando as tropas japoneses ocuparam Nanjing, a então capital da China.
Cerca de 300 mil pessoas foram mortas pelos invasores, num dos piores massacres da Segunda Guerra Mundial e cuja memoria continua a ferir as relações entre a China e o Japão.
“Espero que este filme arrecade 200 milhões de yuan (22,6 milhões de euros) no estrangeiro e mil milhões de yuan (113 milhões de euros) na China”, disse o produtor, Zhang Weiping, numa conferência de imprensa ao estilo de Hollywood, realizada em Pequim, em Dezembro.
Se isso acontecer, “Heróis de Nanjing” será o mais lucrativo filme chinês de sempre, a curta distância do recorde absoluto de bilheteira na China, estabelecido por “Avatar”: 1.380 milhões de yuan (156 milhões de euros).
A estreia está prevista para Dezembro de 2011.
“Para vender o filme no mundo inteiro precisamos de um actor como Bale”, afirmou Zhang Weiping.
O realizador concorda: “A estratégia geral do cinema chinês é projectar-se no mundo e alargar a sua influência”, disse Zhang Yimou na mesma conferência de imprensa.
O mercado cinematográfico na China é o que mais cresce no mundo, com a abertura anual de centenas de novas salas.
Em 2010, as receitas de bilheteira atingiram o recorde de 10.170 milhões de yuan (1.150 milhões de euros) – um aumento de 64,25 por cento em relação 2009 e mais de o dobro de há apenas dois anos.
A importação de filmes continua a ser, contudo, monopólio do Governo e está sujeita a quotas: 20 por ano. (“The Dark Knight”, por exemplo, nunca foi exibido nos cinemas chineses).
Mesmo assim, metade dos dez filmes mais lucrativos de 2010 foram estrangeiros, e no conjunto asseguraram um quinto das receitas.
“A China ainda carece de bons filmes (…) Até agora não tem sido possível competir com filmes como ‘Avatar’ e ‘Insection’”, lamentou o diretor da Administração estatal da rádio, cinema e televisão, Tong Gang.
Foto: Arquivo LW
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