sexta-feira, 25 de março de 2011

Japão/Luxemburgo: Nuvem radioactiva foi inofensiva

A nuvem radioactiva que sobrevoou a Europa, incluindo o Luxemburgo, não trouxe nenhum perigo às populações, garantiu Patrick Bruskin, engenheiro nuclear da Divisão de Radioprotecção do Ministério da Saúde luxemburguês.

"Neste caso estamos mais a falar de partículas do que propriamente de uma nuvem", tranquilizou Bruskin.

Uma equipa da Divisão de Radioprotecção efectuou ontem de manhã testes e confirmam-se as previsões das autoridades francesas que fizeram o aviso na segunda-feira. "Os valores são quase nulos e iguais aos que se verificaram em França, Bélgica e Alemanha. Os valores são quase todos idênticos em todos os países da Europa", confirma o engenheiro nuclear luxemburguês. "Este teste teve acima de tudo um interesse científico", rematou.

Entretanto, 35 comunas responderam aos apelos dos burgomestres de Remich e Frisange, Henri Kox e Claude Wilzius, no sentido de exigir o fim da Central Nuclear de Cattenom, situada a oito quilómetros da fronteira com a França. Uma primeira reunião entre os vários autarcas teve ontem lugar para delinear uma estratégia comum. Após o acidente nuclear de Fukushima no Japão, Henri Cox e Claude Wilzius defenderam que todas as comunas situadas num raio de 25 quilómetros à volta de Cattenom se deviam associar.

O próprio primeiro-ministro Jean-Claude Juncker já desaprovou esta semana o recurso à energia nuclear. Juncker defende que 160 centrais nucleares da Europa sejam submetidas a "testes de stress". Além de Cattenom, também a Central Nuclear de Tihange, na Bélgica, inspira preocupação a Junker. O Governo vai alertar as autoridades belgas nesse sentido, à semelhança daquilo que já fez com França.

Nuno Costa
Foto: Alois Theisen/LW

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