sexta-feira, 25 de março de 2011

Portugal: Juncker adverte que metas são para cumprir, qualquer que seja o Governo

O líder do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, advertiu ontem em Bruxelas que as metas de défice até 2013, com as quais Portugal se comprometeu, são para cumprir, qualquer que seja o próximo Governo, tendo disso dado conta ao líder do PSD.

Juncker indicou que num encontro mantido na quinta-feira com “o líder da oposição portuguesa”, Pedro Passos Coelho, à margem da cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), lhe disse que Portugal precisa mesmo de fazer “esforços suplementares” de consolidação orçamental, tendo recebido do presidente do PSD a garantia de que se o seu partido for Governo manter-se-á comprometido com os objetivos traçados.

O presidente do Eurogrupo sublinhou que também o primeiro-ministro José Sócrates deu essa garantia aos seus parceiros durante o Conselho Europeu, afirmando que as metas de défice e de consolidação das finanças públicas portuguesas serão respeitadas qualquer que seja o desfecho da atual crise política.

No final do primeiro dia de cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, Juncker disse que se falou “obviamente dos acontecimentos recentes em Portugal”, garantiu que não se discutiu, “de forma alguma”, a possibilidade de o país recorrer de imediato ao fundo de resgate, mas indicou que foi transmitida uma mensagem muito clara a Portugal.

“Deixámos perfeitamente claro que quem quer que esteja no próximo Governo português terá que apresentar resultados em termos de consolidação orçamental”, disse, apontando que o que está em causa “não depende de partidos ou da composição do Governo”, mas sim de “um acordo entre a Zona Euro e Portugal”.

O presidente do fórum que reúne os países-membros da Zona Euro revelou que também deixou “perfeitamente clara” essa mensagem na conversa com Passos Coelho.

“Todos os partidos relevantes em Portugal sabem, e têm que saber, que somos muito exigentes quanto ao cumprimento dos objetivos e metas definidos em comum”, disse.

A concluir as suas declarações a jornalistas à saída do Conselho Europeu, Juncker fez questão de transmitir uma mensagem de solidariedade aos cidadãos portugueses sujeitos às medidas de austeridade.

“Gostaria de dizer ao povo português que somos amigos de Portugal, sabemos que os esforços pedidos pela UE e adotados pelo Governo demissionário são muito pesados para o cidadão comum, sei que é um período muito difícil, e gostaria de expressar a minha solidariedade, sobretudo com as pessoas comuns em Portugal que estão a sofrer”, disse, acrescentando que, em qualquer cenário, “Portugal não será deixado só pelos outros europeus”.

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