segunda-feira, 20 de junho de 2011

Grécia é diferente de Portugal e Irlanda mas pode haver "contágio", avisam Juncker e Olli Rehn

O presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, e o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, sublinharam hoje no Luxemburgo a diferença entre o caso da Grécia e a situação de Portugal e Irlanda, mas advertiram para o risco de “contágio”.

No final de uma reunião do Eurogrupo dedicada sobretudo à complexa situação da Grécia, Juncker disse que de Portugal e Irlanda se falou “pouco” – acrescentando que “tanto melhor” assim -, mas Rehn, que também elogiou as reformas conduzidas por Lisboa e Dublin, repetiu o alerta deixado à chegada à reunião sobre o “risco de contágio” da situação grega a estes dois países.

O comissário europeu sublinhou a importância de a Grécia ultrapassar os atuais problemas e clarificar as suas perspetivas financeiras e futuro a médio prazo, não só no seu interesse, mas também para “dar clareza aos mercados e ajudar a conter riscos de contágio a economias vulneráveis na UE que estão a levar a cabo reformas profundas, na área orçamental e estrutural”, casos de Portugal e Irlanda.

Relativamente a Portugal, disse que “os partidos que vão partilhar o poder e formar Governo” (PSD e CDS-PP) “estão totalmente comprometidos em implementar o programa (de assistência financeira) UE/FMI a partir do primeiro dia em funções”, ou seja, terça-feira, dia da tomada de posse.

Por seu turno, Juncker apontou que os ministros do Eurogrupo estimam “todos” que “os programas de ajustamento da Irlanda e de Portugal avancem bem, tanto em matéria de reforma orçamental como em matéria de reformas estruturais”, e estão “satisfeitos com os desempenhos recentes dos dois países”.

O presidente do Eurogrupo disse que os países da Zona Euro também se congratularam com “o sucesso da recente emissão obrigatória do fundo europeu de estabilização financeira (FEEF), para uma primeira tranche para Portugal”, referindo-se à emissão de 5 mil milhões de euros realizada na semana passada.

Sublinhando que, quanto a Portugal e Irlanda, não se levantam para já preocupações, os dois responsáveis admitiram mesmo que a grande preocupação de momento é a Grécia, que viu na última madrugada os ministros das Finanças da Zona Euro falharem um acordo sobre o desembolso da próxima tranche do programa de resgate, de 12 mil milhões de euros, que condicionaram à aprovação pelo parlamento grego da estratégia orçamental de médio prazo e do programa de privatização até final de junho.

Juncker anunciou, de resto, a convocação de uma reunião extraordinária do Eurogrupo para 03 de julho, data em que acredita ser já possível fechar um acordo, uma vez que o parlamento grego se tenha pronunciado.

O agendamento desta reunião deverá antecipar a “estreia europeia” do novo ministro das Finanças português, Vítor Gaspar, que estava prevista para a reunião do Eurogrupo de 11 de julho.

Foto: SIP

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