Actualmente a jogar no Olympiakos de Nicósia, em Chipre, Caiado conta ao Contacto que "os primeiros toques na bola" deu-os "aos oito anos, em Hesperange". Quatro anos depois, parte com os pais para Portugal e começa a jogar nas camadas jovens da Académica de Coimbra, de onde a família é oriunda. Daí à formação no Sporting foi um pulo, tendo feito a sua estreia na primeira equipa em 2005/2006, num jogo em Braga, pelas mãos de Paulo Bento, que refere ser um dos seus "treinadores de referência".
Caiado lamenta nunca ter tido grandes oportunidades de vingar no Sporting e explica que acaba por ser emprestado e ter uma nova oportunidade no Trofense, antes de rumar ao Campeonato da Polónia, na sua primeira aventura no estrangeiro. Fica uma época naquele país. Dá-se o nascimento da filha e decide regressar a Portugal, onde representa novamente o Trofense. Há cerca de dois anos surge "um convite irrecusável" de Chipre e David parte de novo. Ali, confia, está a viver "momentos de grande felicidade". O jogador revela ter como objectivos a curto prazo representar a selecção nacional luxemburguesa, trabalhar no dia-a-dia para que o seu clube cipriota alcance uma melhor classificação no campeonato nacional e vá o mais longe possível na taça. "O Olympiakos de Nicósia, além de outros portugueses, tem bastantes estrangeiros, o que reforça o espírito de união do grupo", diz.
David assegura nunca ter quebrado as suas ligações à terra que o viu nascer, o Luxemburgo, e diz que mantem contacto regular com pessoas no Grão-Ducado, inclusive o presidente do Swift Hesperange. Foi assim com naturalidade que surgiu a ideia de representar a selecção luxemburguesa. "Acredito que possa ser uma mais-valia numa selecção de um país que me viu nascer e no qual vivi parte da minha vida. Quero retribuir da melhor maneira", refere.
Decorrem ainda negociações para que tal seja possível. O facto de David Caiado não ter vivido durante sete anos seguidos no Luxemburgo complica um pouco todo o processo de naturalização, mas o facto de falar as três línguas do país e de estar em permanente contacto com o seleccionador luxemburguês Luc Holtz, pode vir a suscitar interesse por parte do Grão-Ducado e fazer acelerar o processo, acredita o jogador.
Quanto à possibilidade de jogar no campeonato luxemburguês, David não exlui essa possibilidade, mas, para já, quer cumprir o contrato com os cipriotas (mais ano e meio)a, antes de se aventurar noutros campeonatos. "Adoro viajar, conhecer novos povos, novas culturas, novas realidades", confia.
Para o Natal, David deseja como prenda no sapatinho a possibilidade de jogar pelo Luxemburgo e quem sabe fazer a sua estreia frente a Portugal, a 7 de Setembro de 2012, na qualificação para o Campeonato do Mundo no Brasil.
Ricardo Raminhos
Foto: Lusa
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